MITOLOGIAS MUNDIAIS E CONCEITOS

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O QUE É MITOLOGIA


O termo mitologia pode referir-se tanto ao estudo quanto ao conjunto de mitos. Coloquialmente mito muitas vezes refere-se a uma história falsa, mas na verdade o termo é bem mais complexo que isso.

Um fato incontestável é que em quase todas as mitologias mundiais, seus mitos estão intimimamente atrelados a religiões, ou pelo menos a uma determinada religião. O advento do cristianismo no processo de auto afirmação e propagação, estabeleceu, divulgou e rotulou as antigas religiões como pagãs, alegando que os antigos deuses inexistiam, ou seja, eram puro "Mito". Historicamente pode-se estabelecer nesse advento a origem do termo mitologia, ou pelo menos da significação atual da palavra mito como "falsa história".

Em tempos modernos cresce cada vez mais o número de pessoas que voltam suas crenças aos antigos 'mitos', trazendo de volta o culto aos antigos deuses. Essas "modernas religiõe antigas" são taxadas como neo-paganistas [novo-paganismo], já que se baseiam nas antigas religiões que do 'ponto de vista cristão' seriam pagãs.

Uma lenda ou história se torna mito quando as pessoas, na totalidade ou em grupos grandes e numericamente sugestivos, acreditam, ou em determinada época acreditaram, que aquilo realmente aconteceu. Via de regra, mitologia tem origens arcaicas nas antigas civilizações ou nos primórdios das civilizações atuais, mas o fenômeno que gerou essas mitologias ainda ocorre nas civilizações modernas através das lendas urbanas.

Ao se pensar em mitologia automaticamente o pensamento remete-se a antiga Grécia, naturalmente, não é a toa que a grécia é considerada como o berço das civilizações. Em segundo lugar pensa-se logo nas mitologias nórdica e egípcia. Esses conjuntos de mitos são com certeza os mais difundidos e conhecidos ao redor do mundo, mas na verdade pode-se dizer que todas as civilizações tem sua própria mitologia, de forma que não seria um absurdo, por exemplo, falar-se em mitologia brasileira. Um pouco mais dificil talvez seria separar o que é folclore de mitologia, ou estabelecer uma linha divisória entre esses dois conceitos, já que ambos se referem aos mitos e crenças de um determinado povo ou época, ou mais ainda, que o folclore de uma determinada região ou país também faz parte de sua mitologia, mas enquanto folclore é aceito ou descrito simplesmente como crenças populares e lendas de conhecimento geral, mitologia é um termo mais complexo e profundo.

Algumas religiões neo-paganistas misturam duas ou mais mitologias, acreditando que determinado deus ou entidade de uma mitologia esteja presente também em outra mitologia, com nomes diferentes. Essa confusão talvez tenha sido gerada pela idéia cristã de que "Deus é um só", mas é fato incontestável que existem muitos pontos em comuns ou semelhantes entre as várias mitologias e antigas religiões. O próprio cristianismo apropriou-se de muitos mitos e conceitos da antiguidade, adaptando-os aos seus próprios interesses ou a de seus antigos líderes, até mesmo Jesus Cristo, que é a grande base das religiões cristãs,tem, tanto em sua história quanto em seus ensinamentos, profundas semelhanças com Krishna, da mitologia hindu, e Hórus, da mitologia egícia. O diabo, então, esse encorporou diversos arquétipos e conceitos de antigos deuses, com o objetivo de transformá-los em demônios e derrubar o culto a eles. Mas não se trata de mera cópia ou adaptação, ainda que o tenha sido originalmente, e sim de um fenômeno histórico e social. Todas as sociedades tem sua mitologia, e toda religião também.
Mito e religião andam sempre de mãos dadas e muitas vezes são inseparáveis, o que para o seguidor de uma religião é fato incontestável, questão de fé, para os outros é mito. Claro, nem todos os mitos são religosos, embora a maioria o sejam, mas toda religião tem seus mitos, negar isso seria uma ignorãncia.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS MITOS

Os mitos são, geralmente, histórias baseadas em tradições e lendas feitas para explicar o universo, a criação do mundo, fenômenos naturais e qualquer outra coisa a que a "ciência" não pode ou não pôde, em determinado período histórico, dar uma eplicação plausível; mas nem todos os mitos têm esse propósito explicativo.

Em comum, a maioria dos mitos envolvem uma força ou criatura sobrenatural ou uma divindade, mas alguns são apenas lendas passadas oralmente de geração em geração.

Figuras mitológicas são proeminentes na maioria das religiões e a maior parte das mitologias estão atadas a pelo menos uma religião.

O termo é freqüentemente associado às descrições de religiões fundadas por sociedade antigas como mitologia romana, mitologia grega, mitologia egípcia e mitologia nórdica, que foram quase extintas. No entanto, é importante ter em mente que enquanto alguns vêem os panteões nórdicos e célticos como meras fábulas outros os têm como religião.

Mitos geralmente estão ambientados em uma época antiga, e procuram explicar como o mundo atingiu sua forma atual e como os costumes, instituições e tabus foram estabelecidos.

RELIGIÃO E MITOLOGIA

Este é um tema que causa sempre grande controvérsia, pois quem pratica uma religião a vê como verdade absoluta e nunca como mitologia, mas admite que as outras religões o sejam. Isso é fruto da ignorância e de mentalidades obtusas, pois mitologia é um termo acadêmico e se preocupa com o estudo dos mitos, não com a veracidade dos mesmos. Religião é de ordem pessoal, cada um tem suas próprias crenças, mas mitos são universais, e todas as religões os tem. Basta admitir essa simples verdade para se colocar por terra todas as controvérsias no que se diga a respeito de mitologia. Quanto a religião, bastaria admitir que cada um tem a sua própria verdade. Permaneceriam as controvérsias, claro, mas mas eles se limitariam a questões filosóficas, qualquer outra atitude seria intolerância, o que gera discórdia e preconceito.

Alguns usam os termos mito e
mitologia para ilustrar histórias de uma
ou mais religiões como algo falso ou duvidoso.
Enquanto quase todos os dicionários incluem essa definição,
mito nem sempre significa que uma história é falsa,
tampouco verdadeira.
O termo é constantemente
utilizado nesse sentido de descrever religiões criadas pelas sociedades antigas,
cujos ritos estão quase extintos.

Academicamente, mitologia refere-se a histórias, que, enquanto podem ou não serem factuais, revelam verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do freqüente uso de arquétipos, expressando pontos de vista e crenças de um país, um período no tempo, cultura e/ou religião a qual se referem. Entendido este ponto, pode-se perfeitamente falar de mitologia Judaica, mitologia Cristã, mitologia Islâmica, mitologia Afro-brasileira, e assim por diante, onde cada uma descreve os elementos míticos nessas religiões.

domingo, 17 de abril de 2011

Völuspá: a origem e o final do mundo


A origem e o final eventual do mundo são descritas em Völuspá ("A profecia dos Völva" ou "A profecia de Sybil"), um dos poemas mais impressionantes no Edda poético. 

Estes versos assombrados contêm uma das mais vívidas criações em toda a história religiosa e representa a destruição do mundo, cuja originalidade está na sua atenção aos detalhes.

No Völuspá, Odin, deus principal do panteão dos nórdicos, conjura do espírito de um Völva morto (Shaman ou Sybil) e requer que este espírito revele o passado e o futuro. 
ODIN
O espírito se mostra relutante: "O que você pede de mim? Porque você me tenta?"; 
mas como ela se encontra morta, não mostra nenhum medo de Odin, e continuamente o pergunta, de forma grosseira: 
"Bem, você quer saber mais?" 
Mas Odin insiste: se deve cumprir sua função como o rei dos deuses, deve possuir todo o conhecimento. 
Uma vez que o sybil revela os segredos de passado e de futuro, cai para trás em forma de limbo: 
"Eu dissiparei agora".

O PASSADO
No início havia somente o mundo das névoas, Niflheim e o mundo de fogo, Musphelhein, e entre eles havia o Ginungagap, "um grande vazio" no qual nada vivia. 
Em Ginungagap, o fogo e a névoa se encontraram formando um enorme bloco de gelo. 
YMIR - O GIGANTE DE GELO ADORMECIDO
Como o fogo de Musphelhein era muito forte e eterno, o gelo foi derretendo até surgir a forma de um gigante primordial, Ymir, que dormiu durante muitas eras. 
O seu suor deu origem aos primeiros gigantes. 
E do gelo também surgiu uma vaca gigante, Audumbla, cujo leite jorrava de suas tetas primordiais em forma de 4 grandes rios que alimentavam Ymir
A vaca lambeu o gelo e libertou o primeiro deus, Buro, que foi pai de Borr, que por sua vez foi pai do primeiro Æsir, Odin, e seus irmãos, Vili e Ve
Então, os filhos de Borr, Odin, Vili e Ve, destroçaram o corpo de Ymir e, a partir deste, criaram o mundo. 
Audumbla - a vaca gigante
De seus ossos e dentes surgiram as rochas e as montanhas e de seu cérebro surgiram as nuvens.
Os deuses regularam a passagem dos dias e noites, assim como das estações. 
Os primeiros seres humanos eram Ask (carvalho) e Embla (olmo), que foram esculpidos em madeira e trazidos à vida pelos deuses Odin, Honir/Vili e Lodur/Ve
Sol era a deusa do sol, filha de Mundilfari e esposa de Glen
Todo dia, ela montava através do céu em sua carruagem puxada por dois cavalos nomeados Alsvid e Arvak
Skoll -o lobo- perseguindo a carruagem do Sol
Esta passagem é conhecida como Alfrodul, que significa "glória dos elfos", que se tornou um kenning comum para o sol. 
Sol era perseguida durante o dia por Skoll, um lobo que queria devorá-la. 
Os eclipses solares significavam que Skoll quase a capturava. 
Na mitologia, era fato que Skoll eventualmente conseguia capturar Sol e a devorava; entretanto, a mesma era substituída por sua filha. 
O irmão de Sol, a lua, Mani, era perseguido por Hati, um outro lobo. 
Na mitologia nórdica, a terra era protegida do calor do sol por Svalin, que permanecia entre a terra e a estrela. 
Nas crenças nórdicas, o sol não fornecia luz, que emanava da juba de Alsvid e Arvak.
ENQUANTO SKOLL PERSEGUE SOL, HATI PERSEGUE MANI [LUA]
A Sybil descreve a enorme árvore que sustenta os nove mundos, Yggdrasil e as três Nornas (símbolos femininos da fé inexorável, conhecidas como Urðr (Urdar), Verðandi (Verdante) e Skuld, que indicam o passado, a atualidade e futuro), as quais tecem as linhas do destino. 

Descreve também a guerra inicial entre os Æsir e os Vanir e o assassinato de Balder
Então, o espírito gira sua atenção ao futuro.

O FUTURO

A visão antiga dos nórdicos sobre o futuro é notavelmente sombria e pálida. 
Ragnarök - a grande batalha no final dos tempos entre a ordem e o caos
No final, as forças do caos serão superiores em número e força aos guardiões divinos e humanos da ordem. 
Loki e suas crianças monstruosas explodirão suas uniões; os mortos deixarão Niflheim para atacar a vida. 
Heimdall, guardião das divindades, convocará os deuses com o soar de sua trombeta de chifre. 
Se seguirá uma batalha final entre ordem e caos (Ragnarök), que os deuses perderão, como é seu destino. 
Os deuses, cientes de sua sina, recolherão os guerreiros mais finos, o Einherjar, para lutar em seu lado quando este dia vier. 
FENRIR - O LOBO
No entanto, no final, seus poderes serão pequenos para impedir que o mundo caia no caos onde ele se emergiu, e os deuses e seu mundo serão destruídos. 
Odin será engolido por Fenrir, o lobo. 
Mesmo assim, ainda haverá alguns sobreviventes, humanos e divinos, que povoarão um mundo novo, para começar um novo ciclo. 
Ou assim Sybil nos diz; os estudiosos ainda se dividem na interpretação das últimas estrofes e deixam em dúvida se esta não foi uma adição atrasada ao mito por causa da influência cristã. 
Se a referência for anterior a cristianização, o mito do final dos tempos do Völuspá pode refletir uma tradição indo-européia que se deriva dos mitos do zoroastrismo persa. 
O zoroastrismo inspirou também os mitos de final de mundo do judaísmo e do cristianismo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Andrógino e Hermafrodito

Há quem os confunda pensando se tratar da mesma coisa ou a mesma criatura, mas na verdade são bem distintos entre si.
De comum tem apenas a qualidade de possuírem ambos os dois sexos, mas ANDRÓGINO era uma raça de milhares de criaturas geradas por GAIA com objetivo expresso de fazer oposição ao governo de ZEUS.
Eram duas criaturas unidas em uma só, dois corpos ligados entre si pela coluna vertebral, assim como os irmãos siameses que nascem ligados entre si por alguns órgãos ou partes do corpo.
Os ANDRÓGINOS tinham, portanto, 4 braços, 4 pernas, 2 cabeças e 2 órgãos genitais.
Alguns estudiosos modernos acreditam que existiam ANDRÓGINOS masculinos, com dois órgãos sexuais masculinos e ANDRÓGINOS femininos, com dois órgãos femininos, mas a grande maioria seria formada por seres híbridos com cada órgão de um sexo diferente, unindo assim homem e mulher numa só criatura.
A divisão dessas criaturas trouxe a raça humana a sensação de estar incompleta, por isso a necessidade de se unirem entre si, em busca da sua metade perdida, procurando se juntar novamente através da união carnal.
Segundo essa concepção mais moderna, não necessariamente fundamentada na mitologia grega, embora baseada nela, os homens e mulheres que procuram se unir entre si seriam os ANDRÓGINOS híbridos separados em duas partes, já os homens e mulheres homossexuais que procuram se unir a outras pessoas do mesmo sexo, seriam a divisão daqueles ANDRÓGINOS que possuíam os dois órgãos sexuais do mesmo sexo.

HERMAFRODITO era filho de AFRODITE e HERMES

A ele ainda vou dedicar futuramente uma nova postagem, por enquanto, apenas por motivo de distinção, basta esclarecer que HERMAFRODITO era uma criatura de aparência normal, ou seja, um só corpo, mas possuindo também os dois órgãos sexuais.

HERMAFRODITO
Assim como os ANDRÓGINOS e o HERMAFRODITO mitológicos eram distintos entre si, também o são os andróginos e hermafroditas humanos.
Hermafrodita seria aquele que nasce com os dois sexos, ou com os dois órgãos sexuais, o que é um fenômeno raríssimo e pouco registrado. Nesse caso sempre prevalece um dos sexos enquanto o outro órgão é geralmente atrofiado ou não funcional, e normalmente pode ser corrigido pela medicina extirpando-se o órgão ou órgãos secundários.

Andrógino é aquele que nasce com apenas um sexo, sendo absolutamente normal, mas que possui traços e aparência do sexo oposto, o que não implica nem interfere necessariamente na sexualidade ou comportamento do indivíduo, e apenas e unicamente na aparência física, sendo algumas vezes isso causado por algum distúrbio ou disfunção hormonal nos casos mais acentuados, outras vezes por simples semelhança mesmo com o sexo oposto.
Este fenômeno é praticamente universal em crianças recém-nascidas, uma vez que não é fácil distinguir o sexo dos bebês apenas pela aparência, e as vezes se estende até os primeiros anos de vida, quando então os traços físicos começam a se definir, chegando em alguns casos até a pré-adolescência. Menos constantes, mas também não tão raros assim, são os casos de androgenia na idade adulta.
Não é tão difícil assim deparar-se com homens que mesmo em idade adulta não apresentam nenhum sinal de barba, ou mulheres com excesso de pelos, ou que tenham um timbre de voz meio indefinido, isso apenas para citar os casos mais comuns, já em outros casos esses traços são mais evidentes e acentuados, chegando ao extremo de se confundir o sexo da pessoa em questão. Muitos artistas famosos procuram acentuar seus traços andróginos com fins de marketing.

Já os casos em que o individuo toma hormônios ou usa de outros recursos mais radicais para mudar intencionalmente sua própria aparência a fim de copiar ou se assemelhar ao sexo oposto, não representam exemplos de androgenia, pois nessa situação não se trata de um fenômeno natural e sim induzido. Isso já implica em transexualidade e não em androgenia, que ocorre normalmente de forma espontânea e independente da vontade do indivíduo, seja ela causada ou não por algum distúrbio hormonal ou fisiológico.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

OS FILHOS DE GAIA

NASCIMENTO DE GAIA
A primeira deusa a receber o título de DEUSA-MÃE foi NYX, mas esta gerou apenas filhos divinos, ou seja, outros deuses. Já GAIA concebeu deuses também, os TITÃS, que foram deuses anteriores aos deuses olímpicos, mas nem todos os seus filhos eram divinos, GAIA concebeu também a própria humanidade e outras criaturas, algumas delas até monstruosas.
GAIA era uma deusa primordial, ou seja pertencia a primeira geração de deuses, filhos de KHAOS, o primeiro de todos os deuses, que gerou a si mesmo. Ela era a deusa da Terra, aliás, a própria Terra em si (entenda-se Terra aqui como o planeta Terra e não única e meramente a terra em que pisamos no sentido de solo, embora, por extensão, o solo também, é claro), mas não no sentido do plano de existência físico e material e sim no plano divino, ou seja, a essência divina da terra e do planeta.
PONTOS
Os primeiros filhos de GAIA foram OURANUS (também chamado Urano ou Uranus, dependendo da preferência de quem relata ou traduz o mito), os Pontos e os Óreas. OURANUS era o céu, ou seja, segundo a tradição arcaica da antiga Grécia a Terra não só surgiu antes do céu como foi ela – a Terra (GAIA) que gerou o céu (OURANUS); Pontos eram os mares e Óreas eram as montanhas.
Esses primeiros filhos foram gerados por GAIA sozinha, sem que houvesse união com outro ser, sendo concebidos simplesmente através de seu poder divino.
Dentre eles, GAIA uniu-se a OURANUS, tomando-o como esposo. Dessa união nasceram 3 espécies distintas: os HECATÔNQUIROS, os CÍCLOPES e os TITÃS. Todos eles de porte gigantesco.
Os HECATÔNQUIROS eram gigantes que possuíam 100 Mãos e 50 Cabeças. Eles eram 3: Briareu, Giges e Coto.
Os CÍCLOPES eram gigantes também, mas de aparência mais parecida a humana, só que com apenas um olho, enorme, no centro da testa. Os CÍCLOPES filhos de GAIA eram também 3: Arges, Brontes e Estéropes.
CÍCLOPE
Esses seres, sendo filhos de uma deusa, eram, por conseqüência, de origem divina, mas não eram divindades, não possuíam o status de deuses, porém eram imortais ou pelo menos de grande longevidade, e possuíam uma enorme e praticamente inesgotável força física, o que lhes dava um grande poder, sendo por isso temidos até mesmo pelos deuses.
A outra espécie gerada por GAIA foi a dos TITÃS.
Essa raça tinha poder divino e formou a segunda geração de deuses, não eram portanto deuses primordiais, esses eram somente os da primeira geração.
Também tinham porte de gigantes, mas não possuíam aparência monstruosa ou disforme.
Eles foram predecessores dos deuses olímpicos (OLIMPIANOS) e governaram a Terra antes deles, que já fazem parte da terceira geração.
Foram concebidos no total 12 TITÃS, entre deuses e deusas (as titânides), todos irmãos entre si. Eram eles, por ordem de nascimento: Oceanus, Céos, Crio, Hiperion, Jápeto, Téia, RÉIA, Têmis, Mnemosine, Febe, Tétis e KRONOS.
RÉIA
Depois que OURANUS foi derrotado e expulso da Terra, GAIA uniu-se a outros deuses e concebeu outros filhos, principalmente com as divindades do mar.
Esses diferentes parceiros de forma alguma remetem a uma idéia de promiscuidade, e sim de certa forma uma constância, pois já que a terra está sendo sempre banhada pelo mar, de cada geração de deuses a quem se atribuiu a essência do mar, GAIA teve filhos.
De Pontos que foi o primeiro e mais primitivo das divindades do mar, GAIA deu a luz à Ceto, Euríbia, Fórcis, Nereu e Taumante.
A Nereu foi dada a supremacia e o controle dos mares. Enquanto Pontos seria o próprio mar, ou a essência divina do mar, Nereu era o governante desses domínios, tendo sido, portanto, Nereu, o primeiro Senhor do mares.
Com o passar dos tempos e a descoberta de que os mares eram bem mais extensos do que se imaginava a principio, surge também junto com essa nova perspectiva, uma nova divindade: Oceanus, que era um dos titãs.
Com Oceanus, GAIA concebeu Creusa e Esperqueu, e segundo pelo menos uma das versões registradas pelos antigos poetas e filósofos, nesse caso por Ferecides de Leros, também Triptólemo era filho dessa união entre GAIA e Oceanus.
Com a queda dos TITÃS e a terceira geração, formada por ZEUS e seus irmãos, tomando o poder, Posseidon passa a ser o novo Senhor dos Mares e dele também GAIA teve filhos: Anteu e Caríbdis.
EQUIDNA
Mas não só com as divindades do mar GAIA teve filhos. Com TÁRTARO, que também era um dos deuses primordiais, GAIA deu a luz à EQUIDNA e a TÍFON .
Esses eram filhos monstruosos, que representavam a fúria da terra, ou da mãe-terra. TÍFON foi o último, e portanto o mais jovem dos filhos de GAIA, mas foi derrotado por ZEUS e enterrado sob o vulcão Etna.
Sua irmã mais velha, EQUIDNA, veio posteriormente a gerar, senão todos, pelo menos a maioria das criaturas monstruosas da mitologia grega, o que lhe valeu a alcunha de “a mãe dos Monstros”.
Entre os deuses da terceira geração, irmãos de ZEUS, GAIA uniu-se a Hefesto (segundo alguns tradutores, Heféstion), e dessa união nasceu Erictónio de Atenas.
A partir da divisão dos ANDRÓGINOS  surge a raça humana, gerando assim 
o homem e a mulher.
De pais desconhecidos, a GAIA também é atribuída a maternidade de Mimas, Feme e Píton.
Também Argos Panoptes figura entre os filhos de GAIA.
Finalmente, mas não por último nem menos importantes, eram filhos de GAIA também os incontáveis ANDRÓGINOS.
Eram criaturas de 4 braços e 4 pernas, com duas cabeças e dois órgãos sexuais, tanto o masculino como o feminino.
Por alusão a essas criaturas é que até os dias de hoje, quando uma mulher tem traços masculinos ou o homem traços femininos, dificultando numa primeira visão identificar qual o seu sexo, se diz que essas pessoas tem aparência andrógina. Foi a partir da divisão dessas criaturas que teria surgido a raça humana, gerando assim o homem e a mulher.