MITOLOGIAS MUNDIAIS E CONCEITOS

sábado, 16 de junho de 2012

ZOROASTRO


Zaratrusta jovem
Seu verdadeiro nome era Zaratustra, mas nos dias de hoje é mais conhecido pela versão grega de seu nome, Zωροάστρης (Zoroastres, Zoroastro).Ele foi uma espécie de profeta nascido na Pérsia (atual Irã), provavelmente em meados do século VII a.C., fundador do Masdeísmo ou Zoroastrismo, religião adotada oficialmente pelos Aquemênidas (558 – 330 a.C.). A denominação grega Ζωροάστρης significa contemplador de astros. É uma corruptela do avéstico Zarathustra (em persa moderno: Zartosht ou زرتشت). O significado do nome é obscuro, ainda que, certamente, contenha a palavra ushtra (camelo).

Nos dias atuais, depois de estudos lingüísticos e comparações de

textos antigos, a maior parte dos pesquisadores chegou à

conclusão que Zoroastro deve ter nascido por volta do ano


630 a.C. em Báctria, região da Ásia central ao norte do atual


Afeganistão, mas não existem registros históricos da data de

Conquista do Império Persa por Alexandre, o Grande
nascimento
e dos locais em que Zoroastro viveu.

Um dos motivos foi sua seita ter sido "apagada"

pela conquista do Império Persa por Alexandre, o
 Grande,

e depois, pelos árabes.

Essa região era imensa: num mapa atual ela


incluiria, no mínimo, o Irã, o Iraque, o Afeganistão, o

Uzbequistão, o Quirguistão, o Turcomenistão,

Os magos e feiticeiros, adoradores do
fogo, que aparecem nos famos contos das
Mil e Uma Noites são personaagens
inspirados pela antiga religião de
Zoroastro, pois em seus templos estava
sempre aceso o fogo sagrado que era a
representação de Ahura Mazda,
o Deus Supremo no zoroatrismo.
parte do Paquistão e o noroeste da Índia.

Quando os árabes conquistaram a Pérsia e


difundiram o islamismo, a religião de Zoroastro, que

 ali existia desde antes dos persas formarem um

império, desapareceu.Há menções a ela nos contos

das "Mil e Uma Noites", uma coletânea de histórias

passadas de geração em geração na tradição oral e

mais tarde transformada em livro.

Ali se pode ler sobre os magos (magi), os


adoradores do fogo, que para os zoroastristas era a

representação sagrada de Ahuramazda, o Deus supremo da mitologia persa.

Esses adoradores do fogo eram considerados ilegais pelos árabes, pois estes admitiam apenas sua própria

Zaratrusta ou Zoroastro
religião, a muçulmana.

Zaratustra, ou Zoroastro, passou à história como um


profeta cuja doutrina foi superada, no entanto,

estudiosos afirmam que muitos dos princípios

teológicos das religiões modernas, como a

separação entre o bem e o mal, já haviam sido

delineadas por Zaratustra, 600 anos antes de Cristo

e 1.200 anos antes de Maomé.

Os ensinamentos de Zaratustra só foram registrados

depois de sua morte - a única exceção é o Gatha,

livro de hinos que teria sido escrito por ele. O nome

Zaratustra significa "homem dos velhos camelos".

Seu pai se chamavaPorushaspa, cuja tradução

é "aquele dos cavalos e raça com patas anteriores brancas" e deve ter sido um sacerdote, de um clã de

criadores de animais - assim está escrito no Avesta, o livro sagrado dos ensinamentos de Zaratustra.

Destinado, ainda bem jovem, a seguir as pegadas do pai e a
 se tornar também um sacerdote, o rapaz não


concordou.
 Aos 20 anos ele abandonou sua terra e partiu em peregrinações.

Há relatos também de que sua mãe o gerou quando ainda era virgem, fecundada pela luz divina de Ahuramazda. 600 anos depois, o cristianismo se apropriaria desse fenômeno e o atribuiria a concepção de Jesus, nascido também de uma virgem.

Zoroastro nasceu nas estepes a perder de vista da Ásia Central perto do Mar de Aral, havia uma pequena vila de casas, onde vivia a família Spitama. Um dia, no sexto dia da primavera, um menino nasceu naquela família. A sua mãe e seu pai decidiram dar-lhe o nome de Zaratustra. Ao nascer, Zaratustra não chorou, pelo contrário, riu sonoramente. As parteiras, vendo aquilo, admiraram-se, pois nunca tinham visto um bebê rir ao nascer.

Na vila havia um sacerdote que percebeu que aquele menino viria a ser um revolucionário do pensamento humano e o que enfraqueceria o poder dos "donos" das religiões. Ele então decidiu tomar providências e procurou Pourushaspa, o pai de Zaratustra, com a seguinte conversa: "Pourushaspa Spitama, vim avisar-lhe. Seu filho é um mau sinal para a nossa vila porque riu ao nascer, ele tem um demônio. Mate-o ou os deuses destruirão seus cavalos e plantações. Onde já se viu rir ao nascer nesse mundo triste e escuro! Os deuses estão furiosos!".







Pourushaspa não queria ferir seu filho, mas o sacerdote insistiu e impôs uma prova.

Na manhã seguinte Pourushaspa fez uma grande fogueira, e à frente de todos colocou Zaratustra no meio do fogo, mas ele não sofreu dano algum. O sacerdote ficou confuso.

Zaratustra foi levado então para um vale estreito e colocado no caminho de uma boiada de mil cabeças de gado, para ser pisoteado. O primeiro boi da boiada percebeu o menino e ficou parado sobre ele, protegendo-o, enquanto o resto passava ao lado e o bebê não sofreu um só arranhão. O sacerdote logo arquitetou outro plano. O menino Zaratustra foi colocado na toca de uma loba que, ao invés de devorá-lo, cuidou dele até que Dugdav, sua mãe, viesse buscá-lo. Diante de tantos prodígios o sacerdote ficou envergonhado e mudou-se da vila.



Ao crescer, Zaratustra peramburalava pelas estepes indagando-se: "Quem fez o sol e as estrelas do céu? Quem criou as águas e as plantas? E quem faz a lua crescer e minguar? Quem implantou nas pessoas a sua natural bondade e justiça?".

Um dia Zaratustra estava meditando às margens de um rio quando um ser estranho lhe apareceu. Ele era indescritível, tal a sua beleza e brilho. Zaratustra perguntou-lhe quem era ele, ao que teve como resposta: "Sou Vohu Manah, a Boa Mente. Vim lhe buscar". E tomou-lhe a mão, e o levou para um lugar muito bonito, onde sete outros seres os esperavam.

A Boa Mente disse-lhe então: "Zaratustra, se você quiser pode encontrar em você mesmo todas as respostas que tanto busca, e também questões mais interessantes ainda. Ahura Mazda, que tudo cria e sustenta, assim escolheu partilhar a sua divindade com os seres que cria. Agora, sabendo disso, você pode anunciar essa mensagem libertadora a todas as pessoas.”

Zaratustra contestou: "Por que eu? Não sou poderoso e nem tenho recursos!". Os outros seres responderam em coro: "Você tem tudo o que precisa, o que todos igualmente têm: Bons pensamentos, boas palavras e boas ações".

Zaratustra voltou para casa e contou a todos o que lhe acontecera. A sua família aceitou o que ele havia descoberto, mas os sacerdotes o rejeitaram. Eles argumentaram: "Se é assim nada há de especial em nosso serviço, nada valem nossos sacrifícios e perderemos o poder que nos dão os deuses ciumentos e caprichosos que servimos. Ficaremos sem trabalho e passaremos fome!". Decidiram, então, dar cabo da vida de Zaratustra.

Com sua boa mente ele entendeu que tinha que sair dali por uns tempos. Chamou seus vinte e dois companheiros e companheiras de primeira hora e fugiram com tudo o que tinham. Eles viajaram durante várias semanas até chegarem a um lugar cujo governante chamava-se Vishtaspa.
Zaratustra na corte do Rei Vishtaspa
Zaratustra procurou Vishtaspa e partilhou com ele a sua descoberta.

Vishtaspa respondeu ao seu apelo com uma recusa: "Por que haveria de crer nesse estranho? Meus deuses são, com certeza, mais poderosos que esse Ahura Mazda!".

Após dois anos tentando convencer Vistaspa, e enfrentando a mais cruel oposição, passando, inclusive, um tempo preso, um acidente com o cavalo de Vishtaspa ajudou a resolver a favor de Zaratustra esse impasse. À beira de morte, o cavalo tornou-se o pivot de todas as atenções. Vistaspa chamou sacerdotes, feiticeiros, médicos e sábios para salvar o seu cavalo. Juntos eles tentaram de tudo, inclusive oferecendo aos deuses dezenas de sacrifícios de outros cavalos. Além disso, brigaram entre si, fizeram intrigas, mas nada aconteceu, o cavalo de Vishtaspa só piorava. Zaratustra, que fora criado num ambiente rural, logo percebeu que ele fora envenenado. Procurando Vishtaspa ele sugeriu um remédio muito usado nesses casos em sua terra. Sem alternativas, embora descrente, Vishtaspa aceitou a idéia de Zaratustra e em dois dias seu cavalo estava de pé, sem sinal do doença.

Templo religioso masdeísta, religião
fundada por Zoroastro [ou Zaratustra],
mais comumente conhecida como
zoroatrismo. A figura entalhada é a de
Ahura Mazda, seu deus supremo.
Todos ficaram pasmos e acharam que Zaratustra tinha operado um milagre. Ele respondeu que havia apenas usado a sua boa mente e os conhecimentos que tinha adquirido em casa. Vishtaspa e sua família ficaram encantados com a honestidade e simplicidade de Zaratustra, e dispuseram-se a ouvi-lo de novo, dessa vez com coração e mentes desarmados. Em pouco tempo não só Vishtaspa e sua família haviam sido iniciados, como também grande parte de seu povo.

Embora Zaratustra pudesse ter usado a ocasião da cura do cavalo de Vishtaspa para arrogar-se poderes sobrenaturais ele preferiu ser sincero, e foi isso o que de fato mostrou a Vishtaspa a sublime beleza e profundidade da mensagem.

Dos 20 aos 30 anos, segundo narrativas que chegaram a nós, Zaratustra viveu quase sempre isolado, habitando no alto de uma montanha, em cavernas sagradas. Não ingeria nenhum alimento de origem animal. Em outros relatos, teria ido ao deserto, onde fora tentado por uma entidade maligna. Após sete anos de solidão completa, regressou ao seu povo, e com a idade de trinta anos recebeu a revelação divina por meio de sete visões ou idéias.

Assim começou Zaratustra a sua missão aos trinta. Segundo os Masdeístas ele encontrou muita dificuldade para converter as pessoas à sua nova religião. Em dez anos de pregação teve somente um crente: o seu primo. Durante este período, o chamado de Zaratustra foi como uma voz no deserto. Ninguém o escutava. Ninguém o entendia.

Foi perseguido e hostilizado pelos sacerdotes e por toda a sorte de inimigos ao longo de dez anos. Os príncipes recusaram dar-lhe apoio e proteção e encarceraram-no porque a sua nova mensagem ameaçava a tradição e causava confusão nas mentes de seus súbditos. Com 40 anos, realizou milagres e preocupava-se com a instrução do povo. 


Somente depois da conversão do rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso seguidor da religião por ele pregada, é que iniciou-se a verdadeira difusão dos ensinamentos de Zaratustra e uma grande reforma religiosa.

Templo do Fogo, no Irã [antiga Pérsia]

Logo em seguida, a corte real seguiu os passos do rei.
O profeta pôde finalmente começar sua obra e fez construir, diante das portas da capital, o Templo do Fogo. No altar ao ar livre, os sacerdotes cantavam hinos e doutrinavam as pessoas. Não era mais necessário sacrificar animais para conseguir a graça divina. Bastava ser honesto e trabalhador.

Mas logo os sacerdotes começaram a se rebelar: queriam voltar à antiga religião. Começou uma grande guerra em que Vistapa foi morto e Zaratustra perdeu seu protetor. No combate final, o profeta foi surrado com bastões enquanto rezava no templo, diante do fogo sagrado, e não resistiu aos ferimentos: já tinha, então, mais de 77 anos. Segundo alguns relatos, o seu túmulo estaria em Persépolis.


O Fogo Sagrado que se ascendia no altar
do Templo era a representação do
próprio Ahura Mazda
O Masdeísmo chegou a ser a religião oficial da Pérsia. No império dos reis Sassânidas, principalmente no de Ardashir (227 a.C.), o chefe religioso era a segunda pessoa no Estado depois do imperador soberano, e este, inteiramente de acordo com o antigo costume, era admitido como divino ou semidivino, vivendo em particular intimidade com Ormuzd.

De acordo com a lenda, a doutrina de Zaratustra havia sido escrita com tinta de ouro em 12 mil couros de boi e estava guardada na biblioteca real de Persépolis, que foi totalmente queimada pelos soldados de Alexandre, o Grande, 200 anos depois.

Zaratustra propõe que o homem encontre o seu lugar no planeta de forma harmoniosa, buscando o equilíbrio com o meio (natural e social), respeitando e protegendo terra, água, ar, fogo e a comunidade.

Zoroastro velho
O cultivo da mente, palavras e ações boas é de livre escolha: o indivíduo deve decidir perante as circunstâncias que se apresentam, os seres humanos, portanto, possuem livre-arbítrio e são livres para pecar ou para praticar boas ações. Mas serão recompensados ou punidos na vida futura conforme a sua conduta.

Os principais mandamentos são: falar a verdade, cumprir com o prometido e não contrair dívidas. O homem deve tratar o outro da mesma forma que deseja ser tratado. Por isso, a regra de ouro do Masdeísmo é: "Age como gostarias que agissem contigo".

Entre as condutas proibidas destacavam-se a gula, o orgulho, a indolência, a cobiça, a ira, a luxúria, o adultério, o aborto, a calúnia e a dissipação. Cobrar juros a um integrante da religião era considerado o pior dos pecados. Reprovava-se duramente o acúmulo de riquezas.

As virtudes como justiça, retidão, cooperação, verdade e bondade, surgem com o princípio organizador de Deus Ascha, os homens devem ser fiéis, amar e auxiliar uns aos outros, amparar o pobre e ser hospitaleiros.

Ahura Mazda
 Essas prescrições fomentavam a temperança e não a abstinência, pois a doutrina original de Zaratustra opunha-se ao ascetismo. Era proibido infligir sofrimento a si, jejuar e mesmo suportar dores excessivas, visto o fato de essas práticas prejudicarem a alma e o corpo, e impedirem os seres humanos de exercerem os deveres de cultivar a terra e de procriar.