MITOLOGIAS MUNDIAIS E CONCEITOS

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA [INTRODUÇÃO]



PODE-SE CONSIDERAR A MITOLOGIA COMO PARTE DA CULTURA E DA ALMA DE UM POVO EM SUAS REMINISCÊNCIAS, SOB ESTE ASPECTO, PORTANTO, NÃO EXISTIRIA A RIGOR UMA MITOLOGIA "AFRO-BRASILEIRA", MAS SIM UMA MITOLOGIA AFRICANA, E UMA MITOLOGIA BRASILEIRA, QUE SERIAM DUAS COISAS BASTATE DIFERENTES.

MITOLOGIA AFRICANA PORÉM, SERIA UM TERMO POR DEMAIS ABRANGENTE, POIS ÁFRICA TRATA-SE DE TODO UM CONTINENTE, E CADA PAÍS, REGIÃO OU TRIBO DE ORIGEM, TERIA SUA PRÓPRIA MITOLOGIA, ABSOLUTAMENTE DISTINTAS UMAS DAS OUTRAS. ASSIM SENDO DEDICAR-SE AO ESTUDO DA MITOLOGIA AFRICANA COMO UM TODO SERIA POR DEMAIS CONFUSO E EXTENSO, HÁ QUE OBRIGATORIAMENTE ESTUDAR-SE ISOLADAMENTE CADA UMA DAS MITOLOGIAS, E HÁ DEZENAS DELAS.

Yemanjá segundo a concepção africana
OUTRO COMPLICATIVO É QUE NEM SEMPRE A ÁFRICA TEVE A ATUAL DIVISÃO POLITICA-GEOGRÁFICA, DE FORMA QUE NUM MESMO PAÍS PODE-SE ENCONTRAR DIFERENTES MITOLOGIAS, CADA UMA DE UMA DAS TRIBOS, GRUPOS OU POVOS QUE ORIGINALMENTE HABITAVAM O ESPAÇO ONDE HOJE EXISTEM OS ATUAIS  PAÍSES. SÓ NA NIGÉRIA, POR EXEMPLO, PODE-SE OBSERVAR DISTINTAMENTE DIFERETES MITOLOGIAS:
Mitologia EfikMitologia Igbo [PRESENTES TAMBÉM NO PÁIS DE CAMARÕES], Mitologia Yoruba [PRESENTE TAMBÉM EM Benin) E A Mitologia Isoko.

COM A MITOLOGIA BRASILEIRA ACONTECE ALGO SEMELHANTE, POIS TRATA-SE TAMBÉM DE UMA REGIÃO MUITO EXTENSA, ORIGINALMENTE HABITADA POR MUITOS POVOS E TRIBOS INDÍGENAS DIFERENTES.
Mãe d'Água - concebida pelos índios brasileiros
O CONJUNTO DAS CRENÇAS E LENDAS DESSES POVOS SERIAM OS ELEMETOS FORMADORES DA MITOLOGIA BRASILEIRA, OU, COMO SERIA MAIS POLITICAMENTE CORRETO DENOMINAR, MITOLOGIA INDÍGENA BRASILEIRA OU, MAIS CORRETAMENTE AINDA, "MITOLOGIA TUPI-GUARANI" JÁ QUE A RIGOR ELA É ANTERIOR A "DESCOBERTA", OU SEJA, VEM DE MUITO ANTES DOS POVOS EUROPEUS OCUPAREM A REGIÃO E DAR A ELA O NOME TEM ATÉ OS DIAS DE HOJE.

QUANDO OS  NEGROS AFRICANOS FORAM TRAZIDOS AO BRASIL COMO ESCRAVOS, TROUXERAM TAMBÉM SUA CULTURA, COSTUMES E RELIGIÕES, QUE AQUI SE MESCLOU AS DOS INDIOS, QUE O EUROPEU TAMBÉM HAVIA TENTADO ESCRAVIZAR INICIALMENTE.
Escravos na moenda, quadro de Debret, de 1835
A JUNÇÃO DESSAS DUAS CULTURAS DISTINTAS DEU ORIGEM A BOA PARTE DA CULTURA, FOLCLORE E TRADIÇOES DO POVO BRASILEIRO.

OS ELEMENTOS, DIVINDADES E LENDAS DA MITOLOGIA AFRICANA QUE CHEGARAM AO
BRASIL, DEU ORIGEM AO QUE PODERÍAMOS CHAMAR, DE MITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA. USO ESSE TERMO PARA DIFERENCIAR DA MITOLOGIA AFRICANA TRADICIONAL, JÁ QUE NEM TODAS ESSAS MITOLOGIAS VIERAM PRA CÁ, OU PELO MENOS NÃO SE DIFUNDIRAM TANTO QUANTO OUTRAS,
Escravos na senzala, oriundos de diferentes tribos africanas
MAS SOMENTE AS DOS NEGROS QUE FORAM MAIS "IMPORTADOS" PARA O BRASIL, PRINCIPALMENTE OS DA NIGÉRIA, DE ANGOLA, DO CONGO E DO BANTU.

JÁ NA ÁFRICA, ALGUMAS DESSAS DIVINDADES MIGRARAM DE UMA REGIÃO PARA OUTRA, AGREGANDO-SE AOUTRAS JÁ EXISTENTES NO LOCAL. AQUI NO BRASIL, FINALMENTE MESCLARAM-SE TODAS, UMA VEZ QUE ESCRAVOS VINDOS DE DIFERENTES REGIÕES FORAM COLOCADOS TODOS NUMA MESMA SENZALA, ONDE SE MISTURARAM TAMBÉM DIFERENTES CULTURAS,
Roda de Candomblé
[culto afro-brasileiro em devoção
aos orixás da mitologia africana]
DIFERENTES CULTOS E DIFERENTES DEUSES, MESCLARAM-SE AINDA A ALGUNS ASPECTOS DA RELIGIOSIDADE INDÍGENA LOCAL.

COMO JÁ DITO ANTERIORMENTE EM OUTRAS POSTAGENS, NEM SEMPRE É FÁCIL SEPARAR MITOLOGIA DE RELIGIÃO, POIS DEPENDE MUITO DA CONCEPÇÃO E DA CRENÇA DE QUEM OS VÊ, ENQUANTO PARA UNS É MITOLOGIA, OUTROS A PRATICAM COMO RELIGIÃO. AS DIFERENTES MITOLOGIAS AFRICANAS QUE CHEGARAM AO BRASIL E SE UNIFICARAM, DERAM ORIGEM AO CULTO DO CANDOMBLÉ.
Culto umbandista
[nascido do sincretismo entre os orixás africanos e santos católicos]
DE SUA MISTURA COM OS CULTOS INDÍGENAS E O SINCRETISMO COM A IGREJA CATÓLICA, SURGIU A UMBANDA, QUE DEPOIS AGREGOU TAMBÉM ALGUNS CONCEITOS E FILOSOFIAS ORIENTAIS.

HÁ PORTANTO DUAS GRANDES CORRENTES RELIGIOSAS NO BRASIL ORIUNDAS DA MITOLOGIA AFRICANA, E PARA SE DEFINIR SUAS ORIGENS EM TERMOS BEM PRÁTICOS E SIMPLES PODEMOS DIZER QUE O CANDOMBLÉ SURGIU DO SINCRETISMO ENTRE VÁRIAS MITOLOGIAS AFRICANAS, E A UMBANDA DO SINCRETISMO ENTRE ESSAS MESMAS MITOLOGIAS MAIS ALGUNS ASPECTOS DOS CULTOS INDÍGENAS E CATÓLICOS.

CADA UMA DESSAS CORRENTES, SUBDIVIDEM-SE POR SUA VEZ EM DIVERSOS OUTRAS CATEGORIAS, QUE DIFEREM ENTRE SI DEPENDENDO DOS  TRAÇOS PREDOMINANTES DE CADA UM DELAS, FORMANDO ASSIM DIFERENTES DOUTRINAS OU GRUPOS RELIGIOSOS. NO CANDOMBLÉ ESSES DIFERENTES GRUPOS CHAMAM-SE NAÇÕES, E NA UMBANDA RECEBEM O NOME DE LINHAS DOUTRINÁRIAS. DEDICAR-SE AO ESTUDO DE TODAS ELAS TAMBÉM SERIA POR DEMAIS EXTENSO, POREM ISOLÁ-LAS E ESTUDÁ-LAS SEPARADAMENTE É QUASE UMA IMPOSSIBILIDADE, JÁ QUE POSSUEM TODAS A MESMA ORIGEM NAS SENZALAS BRASILEIRAS, E ASPECTOS COMUNS ENTRE SI, COMO DIVINDADES, LENDAS E TRADIÇÕES.


SÃO JUSTAMENTE ESSES ASPECTOS COMUNS QUE EU CHAMARIA DE 'MITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA', MESMO CORRENDO O RISCO DE USAR TALVEZ UMA NOMENCLATURA QUE A RIGOR NÃO DEVERIA EXISTIR, JÁ QUE NÃO SE TRATA REALMENTE DE UMA MITOLOGIA E SIM DE UMA MESCLA, UM AMÁLGAMA DE DIFERENTES MITOLOGIAS.

EMBORA NATURALMENTE EU TENHA UM PONTO DE VISTA E UMA POSTURA PESSOAL A RESPEITO DO TEMA, NÃO PRETENDO AQUI DISCUTIR A RESPEITO DA RELIGIOSIDADE EM QUESTÃO, E FAREI O POSSIVEL PARA NÃO TOMAR PARTIDO. PARA ALGUNS, AQUELES QUE A PRATICAM, É RELIGIÃO, PARA OUTROS, PRINCIPALMENTE DO PONTO DE VISTA CRISTÃO, SÃO CULTOS PAGÃOS, JÁ PARA AQUELES QUE QUEREM SE DEDICAR A ESSE ESTUDO DE UM PONTO DE VISTA IMPARCIAL E CIENTÍFICO, É MITOLOGIA.

É ESSE O FOCO QUE PRETENDO ALCANÇAR: O MITOLÓGICO, O ESTUDO DOS MITOS, ESFORÇANDO-ME POR ESQUECER MINHAS PRÓPRIAS CRENÇAS E DEIXANDO-AS PARA DISCUTÍ-LAS EM OUTRAS SITUAÇÕES E LOCAIS.

                  MITOLOGIA YORUBÁ                    

Panteon de divindades africanas
A MITOLOGIA YORUBÁ É PROVAVELMENTE UMA DAS QUE MAIS TRAÇOS DEIXOU NA CULTURA BRASILEIRA. NEM TODO O CONJUNTO DE SEUS MITOS SE PROPAGOU NO BRASIL, PELO MENOS QUE AINDA SOBREVIVA NOS DIAS ATUAIS, MAS SUA MAIOR PARTE SIM, SENDO ESSA PORTANTO UMA DAS MAIORES BASES DO QUE PRETENDO TRATAR COMO MITOLOGIA AFRO-BRASILEIRA. ALGUNS DOS MITOS E DIVINDADES QUE CITAREI ABAIXO JÁ NÃO SÃO CULTUADOS AQUI ATUALMENTE, NÃO EM TODAS AS CASAS E NAÇÕES, MAS ALGUNS AINDA SOBREVIVEM EM ALGUMAS DELAS. OUTROS MESCLARAM ALGUMAS DE SUAS QUALIDADES E
CARACTERÍSTICAS A OUTROS MITOS, TORNANDO-SE UM SÓ, FENÔMENO QUE OCORREU TAMBÉM COM AS MITOLOGIAS GREGO E ROMANAS.

O TEXTO QUE SE SEGUE REFERE-SE A MITOLOGIA YORUBÁ COMO ERA EM SUA NAÇÃO DE ORIGEM, E NÃO COMO É PRATICADA ATUALMENTE EM BRASIL, E EXATAMENTE POR ISSO SERVE DE INTRODUÇÃO PARA FUTURAS POSTAGENS:

A mitologia dos iorubás engloba toda a visão de mundo e as religiões dos iorubás, tanto na África (principalmente na Nigéria e na República do Benin) quanto no Novo Mundo, onde influenciou ou deu nascimento várias religiões, tais como a Santería em Cuba e o Candomblé no Brasil em acréscimo ao transplante das religiões trazidas da terra natal. A mitologia Iorubá é definida por Itans de Ifá.
Representação de Eleggua na Venezuela feita em concreto.


Mito da criação

Olorum ou Olodumare
Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorun, chamado também de Olodumare. Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser ofertado já lhe pertence, na qualidade de criador de tudo o que existe, em todos os nove espaços do Orun.

Olorum criou o mundo, todas as águas e terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que Oxalá criasse o homem.

Oxalá
Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira, mas ambos eram rígidos demais. Criou o homem de pedra - era muito frio. Tentou a água, mas o ser não tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo. Fez um ser de ar que depois de pronto retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite e o vinho sem êxito.

Triste pelas suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do rio, de onde Nanã emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre o seu insucesso. Nanã mergulha e retorna da profundeza do rio e lhe entrega lama. Mergulha novamente e lhe traz mais lama.  
Oxalá, então, cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os olhos, os braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.

Principais orixás

Na mitologia iorubá, Olodumare também chamado de Olorun é o Deus supremo do povo YorubÁ, que criou as divindades, chamadas de orixás no Brasil e irunmole na Nigéria, para representar todos os seus domínios aqui na terra, mas não são considerados deuses, são considerados ancestrais divinizados após à morte.


São eles:
 
       EXU      
Exu,
orixá guardião
dos templos,
casas,
cidades
e das pessoas,
mensageiro
divino dos
oráculos.
      OGUM     
Ogum,
orixá do
ferro,
guerra,
e tecnologia.
 OXÓSSI

Oxósse,
orixá
da
caça
e
da
fartura.


LUGUN-EDÉ

Logunedé,
orixá jovem
da caça
e da pesca


  XANGÔ 

Xangô,
orixá do fogo
e trovão,
protetor
da justiça.

   AYRÁ   

Ayrá,
usa cores
brancas,
tem
profundas
ligações com
Oxalá.
Xapanã
(Obaluaiyê/Omolu),
 Orixá das
doenças
epidérmicas
e pragas.


          OXUMARÉ         

Oxumarê
orixá da chuva
e do arco-íris.

      OSSAIN    
Ossain
orixá das
ervas
medicinais
e seus
segredos
curativos.
  YANSà
Oyá ou Iansã,
orixá feminino dos ventos,
relâmpagos, tempestade,
e do Rio Niger.

      OXUM     

Oxum,
orixá
feminino
dos
rios,
do ouro
e amor.

YEMANJÁ
Yemanjá,
orixá feminino dos lagos,
mares e fertilidade,
mãe de todos os Orixás
de origem yorubana.

    NANà 

Nanã,
orixá feminino das
águas das chuvas,
dos pântanos e da morte,
mãe de Obaluaiyê, Iroko, 
Oxumarê e Ewá, orixás
de origem daomeana.

Yewá
[EWÁ-'pronuncia-se euá-],
orixá feminino do rio Yewa,
senhora da vidência,
a virgem caçadora.
Obá,
orixá feminino do rio Oba,
uma das esposas de Xangô 
juntamente com Oxum e Iansã.

Axabó, orixá feminino da família de Xangô

  IBEJIS 
Ibeji,
orixás
gêmeos


     IROKO    

Iroko,
orixá da
árvore sagrada
(conhecida como
gameleira branca
no Brasil).

EGUNGUN MANIFESTADO
Egungun,
ancestral
cultuado
após a
morte em
Casas
separadas
dos
Orixás.
Iyami-Ajé
Iyami-Ajé,
cuja tradução seria
mais ou menos
"Minha Mãe Feiticeira",
é a sacralização da figura materna.
OBATALÁ
Onilé, orixá relacionado ao culto da terra.
OrixaNlá (Oxalá)
ou
Obatalá,
o mais respeitado Orixá, Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.
A tradução de seu nome seria algo mais ou menos como "O Grande Rei Branco", por isso ele é considerado por muitos como o único orixá branco, mas não seria na verdade caucasiano e sim um negro albino.
Pessoalmente discordo dessa afirmação, e acho mais plausível que a expressão "rei branco" refira-se na verdade a cor de suas vestes.
ORUNMILÁ
Ifá
ou
Orunmila-Ifa,
orixá da Adivinhação e do destino.

ODUDUA
Odudua,
orixá
também
tido
como
criador do
mundo,
pai de
Oranian
e dos
yoruba.
ORANIAN
Oranian,
orixá filho mais novo de Odudua.

Baiani,
orixá também chamado Dadá Ajaká,
filho de Oranian e
irmão consanguíneo de Xangô.
Aqui no Brasil muito pouco cultuado
e visto as vezes como uma qualidade de Xangô.


Olokun,
orixá divindade do mar.
Tido originalmente como orixá masculino,
acabou no Brasil por sincretizar-se
e dar nome a uma qualidade de Yemanjá
[yemanjá Olokun, Yá-Olokun ou Yálokun], 

Olossá
Olossá,
orixá dos lagos e lagoas.
Cultuada no Brasil como Yá-Alossá ou Yálossá,
que seria uma qualidade de Yemanjá que vive não nos mares, mas nos lagos e lagoas, domínio de Nanã, portanto uma Yemanjá que "come" junto com Nanã.


Oxalufã
Oxalufã,
orixá velho 
e sábio.
No Brasil:
uma qualidade
de oxalá velho.
Oxaguian

Oxaguian,
orixá jovem e guerreiro.
Cultuado no Brasil como uma qualidade de oxalá novo.

Orixá Oko, orixá da agricultura.





AQUI NO BRASIL

ALGUMAS DESSAS DIVINDADES SE TORNARAM QUASE ESQUECIDAS, OUTRAS  MESCLARAM-SE NUMA SÓ OU PASSARAM A SER COSIDERADAS COMO DIFERENTES QUALIDADES DE UM MESMO ORIXÁ, MAS ISSO DIFERE MUITO DE UMA CASA PARA OUTRA OU DE UMA NAÇÃO PARA OUTRA. 

AYRÁ, POR EXEMPLO, PARA ALGUNS É CONSIDERADO COMO UM ORIXÁ A PARTE, PARA OUTROS É UMA QUALIDADE DE XANGÔ.

O MESMO ACONTECE COM OLOSSÁ, QUE ALGUNS CONSIDERAM COMO UMA QUALIDADE DE YEMANJÁ [YEMAJÁ ALOSSÁ - OU OLOSSÁ- DE CUJA JUNÇÃO DAS PALAVRAS DEU-SE ORIGEM AO NOME YALOSSÁ].

OYÁ E YANSÃ SÃO DIFERENTES NOMES DA MESMA ENTIDADE,  E NÃO QUALIDADE. OUTRO NOME TAMBÉM CONHECIDO SERIA MATAMBA, MAS ESSE NÃO É DE ORIGEM YORUBÁ, EMBORA REPRESENTE PARA NÓS A MESMA ENTIDADE.

XAPANÃ
SAPANÃ [XAPANÃ] PARA ALGUNS É OUTRO NOME DE OMULU, PARA OUTROS NÃO É UM NOME, E SIM UMA QUALIDADE DE OMULU, TAMBÉM MUITO COMUMENTE CHAMADO DE OBALUAYÊ, EM ALGUMAS CASAS, MAS EM OUTRAS TIDOS COMO ORIXÁS DISTINTOS, EMBORA MUITO SEMELHANTES E COM AS MESMAS QUALIDADES E CARACTERISTICAS, RESIDINDO A DIFERENÇA EM QUE UM SERIA MAIS JOVEM E O OUTRO MAIS VELHO. PARA A MAIORIA, CONTUDO, E CADA VEZ MAIS COMUMENTE, OMULU E OBALUYÊ SÃO APENAS DIFERENTES NOMES DA MESMA ENTIDADE, E XAPANÃ UMAS DAS QUALIDADES DESSE ORIXÁ.

OXALÁ
OUTRO AMÁLGAMA CONSTANTE E CORRIQUEIRO É A RESPEITO DE OXALÁ [OBATALÁ], OXALUFÃ E OXAGUIAN, CULTUADOS NA ÁFRICA COMO DIFERENTES ORIXÁS, MAS NO BRASIL COMO DIFERENTES QUALIDADES DO MESMO ORIXÁ, SENDO OXALUFÃ UMA QUALIDADE DE OXALÁ MAIS VELHO [OXALA ALUFÃ, OU SIMPLESMENTE LUFÃ], E OXAGUIAN UM OXALÁ MAIS JOVEM [OXALÁ AGUIÃ OU SIMPLESMTE GUIAN].

ORANIAN TAMBÉM PODERIA SER CONSIDERADO COMO UMA QUALIDADE DE OXALÁ, ASSIM COMO TAMBÉM ORIXALÁ, OBATALÁ E ORUMILÁ, SENDO NESSA ORDEM ORANIAN O MAIS JOVEM [OU MENOS VELHO] E ORUMILÁ O MAIS VELHO.



ODUDUA E OLORUN TAMBÉM SÃO VISTOS ALGUMAS VEZES COMO A MESMA ENTIDADE, EMBORA SEJA MAIS COMUM DISTINGUI-LOS COMO ENTIDADES DISTINTAS AS QUAIS SE ATRIBUEM EM CONJUNTO A CRIAÇÃO DO UNIVERSO E DO  MUNDO. SÃO VISTOS GERALMETE COMO ENTIDADES MASCULINAS E DISTINTAS UMA DA OUTRA, MAS TAMBÉM HÁ VERSÕES, NÃO MUITO DIFUNDIDAS, EM QUE ODUDUA SERIA UMA ENTIDADE FEMININA OU A CONTRA PARTE FEMININA DE OLURUM, ASSIM COMO KHAOS E CALÍGENA DA MITOLOGIA GREGA.

MÉDIUNS MANIFESTADOS COM SEUS ORIXÁS
NA MAIOR PARTE DOS CULTOS AFRICANOS, E EM QUASE TODOS OS CULTOS AFRO-BRASILEIROS, ESSAS ENTIDADES SE MANIFESTAM EM MÉDIUNS INCORPORADOS. MAS NEM TODOS DÃO INCORPORAÇÃO, POR ESTAREM MUITO ACIMA DOS HOMENS. ODUDUA E OLURUN DE FORMA ALGUMA JAMAIS SE MANISFESTAM, E AS DIVERSAS ENTIDADES QUE PASSARAM A SER CULTUADAS COMO DIFERENTES QUALIDADES DE OXALÁ, EM SUA MAIORIA NÃO SE MANIFESTAM TAMBÉM, APENAS OXALUFÃ E OXAGUIAN AINDA DÃO INCORPORAÇÃO EM ALGUMAS CASAS E NAÇÕES, JÁ NOS CULTOS DE UMBADA ISSO NÃO OCORRRE NA MAIORIA DAS CASAS, MAS SOMENTE EM ALGUMAS LINHAS DOUTRINÁRIAS, MESMO ASSIM NÃO MUITO FREQUENTEMENTE POR SEREM ENTIDADES MAIS VELHAS, OCORRENDO ISSO SOMENTE EM OCASIÕES ESPECIAIS.

ENFIM, DIFERE MUITO EM CADA NAÇÃO OU LINHA A FORMA DE SE CULTUAR E REVERENCIAR CADA UM DESSES ORIXÁS,
EMBORA TODOS POSSUAM CARACTERISTICAS MUITO SEMELHANTES E AS LENDAS QUE OS CERCAM SEJAM QUASE SEMPRE AS MESMAS. AINDA OUTROS EXEMPLOS PODERIA CITAR, MAS NESSAS FORMAS DE CULTO NÃO PRETENDO ME APROFUNDAR MUITO, NÃO É ESSE O OBJETIVO, EMBORA ALGUMAS VEZES SE TORNE NECESÁRIO ESCLARECER ALGUNS PONTOS PARA SE EVITAR ERROS DE INFORMAÇÃO E INTERPRETAÇÃO, MAS PREFIRO, UMA VEZ INTRODUZIDO O ASSUNTO, CONCENTRAR-ME DE AGORA EM DIATE E NAS PRÓXIMAS POSTAGENS, NAS LENDAS E MITOS PROPRIAMENTE DITOS.

AGUARDEM...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

NEOPAGANISMO: Asatrú Vanatru

Asatrú Vanatru é um movimento religioso neopagão que tenta reviver o paganismo nórdico existente na época dos Vikings – tal como descrito nos Eddas – antes da chegada do Cristianismo.

Vanatru é um nome originário dos deuses nórdicos Vanires, que se tornaram aliados dos Aesires após uma batalha na qual perderam, resultando nas duas nomenclaturas, que nomina à religião Asatru Vanatru, uma referência aos deuses Aesires e Vanires, parte constituinte do mundo pagão atual.

ODIN
Como o deus supremo da antiga mitologia nórdica era Odin, essa religião hoje em dia é também chamada de Odinismo.

Toda a mitología que a compõe, pode ser encontrada nas Sagas e nos Eddas, livros onde existem os escritos nordicos que retratam desde o início do mundo na visão nordica, passando pelas formas pelas quais Odin descobriu a magia, até contos de heróis lendários, como o Deus Thor e profecias de sua morte pela serpente filha de Loki, o deus da trapaça.

A religião Asatru fundamenta-se na vivência das "Nove Nobres Virtudes": Coragem, Verdade, Honra, Fidelidade, Disciplina, Hospitalidade, Laboriosidade, Independência e Perseverança. 

O conceito de Confiança , que pode ser interpretado como fé, não é uma das Nove Nobres Virtudes, porque se baseia nos princípios de esperar e acreditar, contrariando a premissa da Laboriosidade.

Um Asatruar virtuoso, ou odinista,  não cultiva esperanças de que algo aconteça, ele (ou ela)
trabalham arduamente pelas suas conquistas e pelas conquistas de seus Kin (Kin=Semelhantes. Membros do mesmo clã ou comunidade).

Um Kin não dá sua confiança espontaneamente, esta deve ser laboriosamente conquistada.

A cultura Asatru é voltada para uma visão de ordem social subordinada à ordem familiar.

Os membros se organizam em Clãs
Moça adepta do 
odinismo 
em momento de 
paz e meditação
[comunidades com várias famílias].

Cada membro da comunidade é um Kin, e é essencial a dedicação e comprometimento do indivíduo (Kin) para com seu grupo (Clã), bem como a dedicação e comprometimento do grupo para com cada indivíduo.

O Asatru não é uma religião expansionista, pois o conceito de compreensão das diversidades é intrínseco à natureza do politeísmo. Daí que não é uma prática aceitável para um Asatruar levantar críticas sobre as escolhas (religiosas, filosóficas, políticas ou sexuais) de qualquer indivíduo.

É uma premissa do Asatru que o "O Troth [*] não é para todos". De fato, os séculos de cruel perseguição religiosa sofridos pelos
politeístas ensinou muito sobre a benécie da civilidade e da tolerância.

Seu crescimento é percebido pelo mundo, principalmente nos países nórdicos mas também em Portugal e na Argentina, com movimentos menores no Brasil e Estados Unidos.


O Asatrú foi instituído a partir da década de 1960 na Islândia, pela Íslenska Ásatrúarfélagið uma organização fundada por Sveinbjörn Beinteinsson.

Asatrú é uma religião oficialmente reconhecida pelos governos da Islândia (desde 1973), Dinamarca (desde 2003) e Noruega.

O governo dos Estados Unidos não endossa ou reconhece oficialmente qualquer grupo religioso; todavia, numerosos grupos Asatrú têm sido reconhecidos com o status de organização sem fins lucrativos desde os anos 1970.

Embora o termo Asatrú originalmente se referisse
especificamente aos partidários islandeses da religião, neopagãos germânicos e grupos reconstrucionistas têm se identificado majoritariamente como Asatrú, particularmente nos Estados Unidos.

Neste sentido mais amplo, o termo Asatrú é usado como um sinônimo de neopaganismo germânico ou paganismo germânico, conjuntamente com os termos Forn Sed, Odinismo, Heithni, e outros.

Muitos membros do Asatrú e do neo-paganismo germânico se intitulam também de reconstrucionistas, muitas vezes recorrendo a estudos e pesquisas acadêmicas sobre a antiga religiosidade da Era Viking.

Especialmente os atuais praticantes dos países escandinavos, como a Noruega, mantém algum tipo
Casamento Odinista 
realizado na Islândia
de vínculo com as pesquisas historiográficas sobre religiosidade nórdica.


O Asatru é uma das mais antigas religiões, muitos séculos anterior ao cristianismo se levarmos em conta a era antiga e a antiga prática religiosa dos vickigs, mas se classifica como neopagaismo, já que ressurgiu, plo menos com esse nome, a partir do início dos anos de1960 e também porque no mundo atual, em que o cristianismo ainda é a religião predominante [mas não dominante, com certeza, felizmente], todas as religiões que não sejam cristãs são consideradas pagãs.

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Thor
filho de Odin
Um dos principais deuses 
cultuados pelos odinistas
[*]Troth: 
Conjunto de 
atividades, 
cerimônias, 
festividades 
e dogmas 
a serem 
seguidos 
pelos membros 
do Odinismo, 
organizados 
segundo 
um calendário.