MITOLOGIAS MUNDIAIS E CONCEITOS

sexta-feira, 1 de abril de 2011

OS FILHOS DE GAIA

NASCIMENTO DE GAIA
A primeira deusa a receber o título de DEUSA-MÃE foi NYX, mas esta gerou apenas filhos divinos, ou seja, outros deuses. Já GAIA concebeu deuses também, os TITÃS, que foram deuses anteriores aos deuses olímpicos, mas nem todos os seus filhos eram divinos, GAIA concebeu também a própria humanidade e outras criaturas, algumas delas até monstruosas.
GAIA era uma deusa primordial, ou seja pertencia a primeira geração de deuses, filhos de KHAOS, o primeiro de todos os deuses, que gerou a si mesmo. Ela era a deusa da Terra, aliás, a própria Terra em si (entenda-se Terra aqui como o planeta Terra e não única e meramente a terra em que pisamos no sentido de solo, embora, por extensão, o solo também, é claro), mas não no sentido do plano de existência físico e material e sim no plano divino, ou seja, a essência divina da terra e do planeta.
PONTOS
Os primeiros filhos de GAIA foram OURANUS (também chamado Urano ou Uranus, dependendo da preferência de quem relata ou traduz o mito), os Pontos e os Óreas. OURANUS era o céu, ou seja, segundo a tradição arcaica da antiga Grécia a Terra não só surgiu antes do céu como foi ela – a Terra (GAIA) que gerou o céu (OURANUS); Pontos eram os mares e Óreas eram as montanhas.
Esses primeiros filhos foram gerados por GAIA sozinha, sem que houvesse união com outro ser, sendo concebidos simplesmente através de seu poder divino.
Dentre eles, GAIA uniu-se a OURANUS, tomando-o como esposo. Dessa união nasceram 3 espécies distintas: os HECATÔNQUIROS, os CÍCLOPES e os TITÃS. Todos eles de porte gigantesco.
Os HECATÔNQUIROS eram gigantes que possuíam 100 Mãos e 50 Cabeças. Eles eram 3: Briareu, Giges e Coto.
Os CÍCLOPES eram gigantes também, mas de aparência mais parecida a humana, só que com apenas um olho, enorme, no centro da testa. Os CÍCLOPES filhos de GAIA eram também 3: Arges, Brontes e Estéropes.
CÍCLOPE
Esses seres, sendo filhos de uma deusa, eram, por conseqüência, de origem divina, mas não eram divindades, não possuíam o status de deuses, porém eram imortais ou pelo menos de grande longevidade, e possuíam uma enorme e praticamente inesgotável força física, o que lhes dava um grande poder, sendo por isso temidos até mesmo pelos deuses.
A outra espécie gerada por GAIA foi a dos TITÃS.
Essa raça tinha poder divino e formou a segunda geração de deuses, não eram portanto deuses primordiais, esses eram somente os da primeira geração.
Também tinham porte de gigantes, mas não possuíam aparência monstruosa ou disforme.
Eles foram predecessores dos deuses olímpicos (OLIMPIANOS) e governaram a Terra antes deles, que já fazem parte da terceira geração.
Foram concebidos no total 12 TITÃS, entre deuses e deusas (as titânides), todos irmãos entre si. Eram eles, por ordem de nascimento: Oceanus, Céos, Crio, Hiperion, Jápeto, Téia, RÉIA, Têmis, Mnemosine, Febe, Tétis e KRONOS.
RÉIA
Depois que OURANUS foi derrotado e expulso da Terra, GAIA uniu-se a outros deuses e concebeu outros filhos, principalmente com as divindades do mar.
Esses diferentes parceiros de forma alguma remetem a uma idéia de promiscuidade, e sim de certa forma uma constância, pois já que a terra está sendo sempre banhada pelo mar, de cada geração de deuses a quem se atribuiu a essência do mar, GAIA teve filhos.
De Pontos que foi o primeiro e mais primitivo das divindades do mar, GAIA deu a luz à Ceto, Euríbia, Fórcis, Nereu e Taumante.
A Nereu foi dada a supremacia e o controle dos mares. Enquanto Pontos seria o próprio mar, ou a essência divina do mar, Nereu era o governante desses domínios, tendo sido, portanto, Nereu, o primeiro Senhor do mares.
Com o passar dos tempos e a descoberta de que os mares eram bem mais extensos do que se imaginava a principio, surge também junto com essa nova perspectiva, uma nova divindade: Oceanus, que era um dos titãs.
Com Oceanus, GAIA concebeu Creusa e Esperqueu, e segundo pelo menos uma das versões registradas pelos antigos poetas e filósofos, nesse caso por Ferecides de Leros, também Triptólemo era filho dessa união entre GAIA e Oceanus.
Com a queda dos TITÃS e a terceira geração, formada por ZEUS e seus irmãos, tomando o poder, Posseidon passa a ser o novo Senhor dos Mares e dele também GAIA teve filhos: Anteu e Caríbdis.
EQUIDNA
Mas não só com as divindades do mar GAIA teve filhos. Com TÁRTARO, que também era um dos deuses primordiais, GAIA deu a luz à EQUIDNA e a TÍFON .
Esses eram filhos monstruosos, que representavam a fúria da terra, ou da mãe-terra. TÍFON foi o último, e portanto o mais jovem dos filhos de GAIA, mas foi derrotado por ZEUS e enterrado sob o vulcão Etna.
Sua irmã mais velha, EQUIDNA, veio posteriormente a gerar, senão todos, pelo menos a maioria das criaturas monstruosas da mitologia grega, o que lhe valeu a alcunha de “a mãe dos Monstros”.
Entre os deuses da terceira geração, irmãos de ZEUS, GAIA uniu-se a Hefesto (segundo alguns tradutores, Heféstion), e dessa união nasceu Erictónio de Atenas.
A partir da divisão dos ANDRÓGINOS  surge a raça humana, gerando assim 
o homem e a mulher.
De pais desconhecidos, a GAIA também é atribuída a maternidade de Mimas, Feme e Píton.
Também Argos Panoptes figura entre os filhos de GAIA.
Finalmente, mas não por último nem menos importantes, eram filhos de GAIA também os incontáveis ANDRÓGINOS.
Eram criaturas de 4 braços e 4 pernas, com duas cabeças e dois órgãos sexuais, tanto o masculino como o feminino.
Por alusão a essas criaturas é que até os dias de hoje, quando uma mulher tem traços masculinos ou o homem traços femininos, dificultando numa primeira visão identificar qual o seu sexo, se diz que essas pessoas tem aparência andrógina. Foi a partir da divisão dessas criaturas que teria surgido a raça humana, gerando assim o homem e a mulher.

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