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A principal coletânea da mitologia persa é o
Shahnameh de Ferdowsi, escrito mil anos atrás. |
A mitologia persa é a reunião de crenças e práticas do povo que
habitava o Planalto do Irã e suas
imediações, como áreas da Ásia Central do Mar Negro ao Hotan (a moderna Hetian, na China) e tinha origens linguísticas e culturais comuns. Sua essência é
a da existência de dois princípios básicos em guerra entre si. Suas fontes
estão no Zoroatrismo e no Masdeísmo.
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Estátua de Ferdowsi,
autor do Shanameh,
principal fonte de pesquisa
sobre a mitologia persa. |
A principal coletânea da mitologia persa é o Shahnameh de Ferdowsi. Este livro foi escrito há mil anos atrás somente, mas remontam a pesquisas e estudos históricos e arquelógicos de lndas mitos que datam de pelo menos cinco mil anos, ou seja, pelo menos de 3000 AC, e tem por base as histórias e personagens do Zoroastrismo e do Masdeísmo, não apenas o Avesta, mas também o Bundahishn e o Denkard.
A mitologia persa é ao mesmo tempo muito próxima e diferente da mitologia hindu. Elas são próximas, porque os iranianos são um povo indo-europeu cuja língua tem grande semelhança com o sânscrito e foram um povo que estabeleceu constantes relações com os arianos da Índia. E são diferentes, pois a religião dos antigos persas adquiriu um aspecto mais moral que mitológico. Mas os persas costumavam matar peixes para viver.
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Ahura Mazda
[antigo alto relevo] |
Os personagens da mitologia persa podem, em sua maioria, ser classificados em dois tipos: os bons e os maus. Isso espelha o antigo conflito baseado no conceito do zoroastrismo da dupla origem em Ahura Mazda (em avéstico, ou Ormuzd em persa tardio). Spenta Mainyu é a fonte da luz, da fertilidade e das energias construtivas, enquanto Angra Mainyu (ou Ahriman em persa) é a fonte da escuridão, da destruição, da esterilidade e da morte.
Ormuzd é o mestre e criador do mundo. Ele é soberano, onisciente, deus da ordem. O Sol é seu olho, o céu suas vestes bordadas de estrelas. Atar, o relâmpago, é seu cílio. Apô, as águas, são suas esposas. Ahura Mazda é o criador de outras sete divindades supremas, os Amesha Spenta, que reinam, cada um, sobre uma parte da criação e que parecem ser desdobramentos de Ahura Mazda.
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Representação mais comum e conhecida de
Ahura Mazda,
também conhecido como Ormuzd |
Sob Ahura Mazda e os seis Amesha Spenta a mitologia persa coloca, como divindades benéficas: "Mitra", o mestre do espaço livre; Tistrya, o deus das trovoadas; Verethraghna, o deus da vitória; ela admitia, além disso, um grande número de deuses do mesmo elemento, os Izeds.
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Angra Mainyu |
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Angra Mainyu |
Assim como Ahura Mazda estava cercado por seis Amesha Spenta e de outras divindades, Angra Mainyu (Ahriman) — o deus malfazejo que invade a criação para perturbar a ordem e que é concebido como uma serpente — é acompanhado de seis demônios procedentes das trevas cósmicas e de um grande número de outras divindades malignas.
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Concepção menos
antiga de
Angra Mainyu,
também chamado
Ahriman |
Além disso, Angra Mainyu, epítome do mal no Zoroastrismo, perdeu sua identidade zoroastrista e masdeísta original na posterior literatura persa sendo finalmente descrito como um Dev.
Representações religiosas de Angra Mainyu posteriores a conquista islâmica mostram-no como um gigante com o corpo manchado e dois chifres.
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Devs, ou Devis, estão entre os mais antigos
mitos da Mitologia Persa. Eram inicialmente
entidades celestiais, e havia, diversas dessas
entidades. Mais tarde passaram a ser
associadas com demônios. |
Os Devs (avéstico, persa: div), significando celestial ou radiante são muito comuns na mitologia persa. Estes seres eram adorados no Zoroastrismo anterior à difusão do Masdeísmo na Pérsia e, como nas religiões védicas, os adeptos do zoroastrismo consideravam os devs seres sagrados. Somente após a reforma religiosa de Zaratustra o termo dev foi associado com demônios. Mesmo assim os Persas que habitavam a região ao sul do Mar Cáspio continuaram a adorar os devs e resistiram à pressão para aceitar o Zoroastrismo e as lendas em torno dos devs sobreviveram até os dias atuais. Por exemplo, a lenda do Dev-e Sepid (Dev branco) de Mazandaran.
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