MITOLOGIAS MUNDIAIS E CONCEITOS

sexta-feira, 20 de abril de 2012

TEMPLOS EGÍPCIOS DA ANTIGUIDADE

Pilone do Templo de Luxor.
Os templos no Antigo Egito eram entendidos como os locais onde residia a divindade (hut-netjer, "casa do deus"), que poderia ser acompanhada pela sua família e por outras Divindades, sendo por isso muito diferentes dos modernos edifícios religiosos onde se congregam os crentes.

Os templos dos períodos mais antigos da história do Antigo Egito, como o Império Antigo e o Império Médio, não chegaram em bom estado até aos dias de hoje, pelo que são as construções do Império Novo e da época ptolomaica que permitem o conhecimento da estrutura dos templos.
Primeiro pilone do templo
de Hórus, em Edfu
Na estrutura "clássica" dos templos egípcios podem ser distinguidas três partes: o pátio, as salas hipóstilas e o santuário.

À entrada de um templo encontravam-se obeliscos e estátuas monumentais, que antecediam o pilone.
Nos templos do Império Novo é comum a existência de uma avenida de acesso ladeada por esfinges com corpo de leão e cabeça de carneiro (que se acreditava protegerem o templo e o deus), na qual desfilava a procissão em dias de festa.
Fileira de esfinges no
templo de Luxor.

Um pilone era uma porta monumental composta por duas torres em forma de trapézio, entre as quais se situava a entrada propriamente dita.
Nas paredes do pilone representavam-se as divindades ou muitas vezes a cena clássica na qual se vê o faraó a atacar os inimigos do Egipto.

Passado o pilone existia uma grande pátio (uba), a única zona acessível ao público, onde a estátua da Divindade era mostrada nos dias de festa.
O pátio era rodeado por colunas e possuía por vezes um altar (aba), onde se efectuavam os sacrifícios.

Este pátio precedia uma sala hipóstila (ou seja uma sala de colunas), mais ou menos imersa na escuridão, que antecedia outros salas onde se guardavam a mesa de oferendas e a barca sagrada.
Finalmente, achava-se o santuário do deus (kari). Se os faráos entedessem ampliar um templo construiam-se novas salas, átrios e pilones.

NILÔMETROS
POÇO OU LAGO SAGRADO
QUE HAVIA NO PÁTIO DE
ALGUNS TEMPLOS
Os templos mais importantes poderiam possuir um lago sagrado, nilômetros, Per Ankh Casas de Vida, armazéns e locais para a residência dos sacerdotes.

Teoricamente o rei egípcio tinha o dever de realizar a liturgia em cada templo.
Uma vez que era fisicamente impossível para o rei estar presente em todos os templos que existiam no Egito, o soberano nomeava representantes para realizar as cerimónias a Deus.
Os reis só visitavam os templos em ocasiões especiais associadas a festivais, o que não impede que sejam representados nos templos fazendo oferendas as Divindades.

A vida nos templos seguia o curso da vida normal.
Antes do nascer do sol, abatiam-se os animais que seriam oferecidos as Divindades.
Os sacerdotes purificavam-se com água e vestidos com trajes brancos entravam em procissão no templo.
No pátio do templo os sacerdotes apresentavam as suas oferendas e queimavam incenso.
Um sacerdote dirigia-se ao santuário da Divindade, uma sala especialmente consagrada, localizada na parte mais reservada do templo.
Ali o sacerdote acendia um archote e abria o naos, tabernáculo onde se guardava a estátua da Divindade.
O sacerdote apresentava-se a Divindade e anunciava vir cumprir os seus deveres.
Limpava o tabernáculo, queimava incenso, lavava a estátua e aplicava sobre ela óleos, vestia-a, maquilhava-a e colocava-lhe a coroa.
Terminado este processo o sacerdote coloca a estátua no naos, abandonando a sala apagando o archote e as pegadas que fez.
Ao meio-dia poderia ser feita uma nova cerimônia na qual se oferecia alimentos.
NAOS
ESPÉCIE DE ORATÓRIO
ONDE FICAVA A ESTÁTUA
DO DEUS A QUEM O
TEMPLO ERA DEDICADO

No Antigo Egipto não existiu uma estrutura sacerdotal centralizada; cada Divindade possuía um grupo de homens e mulheres dedicados ao seu culto.
O termo mais comum para designar um sacerdote em egípcio era hem-netjer, o que significa "Servo de Deus".

Não se sabe em que época da história egípcia se estruturou o grupo sacerdotal.
Na época do Império Antigo os sacerdotes não estavam ainda organizados em corpos fixos como sucederá no Império Novo.
De acordo com os Textos das Pirâmides, datados do Império Antigo, os reis tinham cinco refeições diariamente, três no céu e duas na terra; estas últimas estavam a cargo dos sacerdotes funerários.

As fontes do Império Novo mostram que os sacerdotes estavam organizados em quatro grupos (em grego: phyles), cada um dos quais trabalhava durante um mês cada três meses.
Durante os oito meses que tinham livres, os sacerdotes levavam uma vida comum inserida na comunidade, junto das suas esposas e filhos.

O clero egípcio estava estruturado de forma hierárquica. O rei era em teoria o líder de todos os cultos egípcios, mas como já foi referido este delegava o seu poder a outro homem devidamente preparado por Deus, o Sumo Sacerdote, que na hierarquia era seguido do segundo sacerdote, por sua vez seguido do terceiro e quartos sacerdote. O grupo seguinte era o dos "pais divinos" e dos "puros". Existiam também os sacerdotes leitores, os que calculavam o momento ideal para realizar um determinada cerimónia através da observação do sol ("horólogos") e os que determinavam os dias fastos e nefastos ("horóscopos"). Finalmente, pode distinguir-se um grupo dedicado aos serviços de manutenção do templo (imiu-seté).

As mulheres também trabalhavam nos templos seguindo o mesmo regime de rotatividade dos homens. Frequentemente estas mulheres eram esposas dos sacerdotes. As mulheres poderiam ser cantoras (chemait), músicas (hesit) ou dançarinas (khebait). Durante o Império Antigo e o Império Novo muitas mulheres da classe abastada serviram a deusa Hathor. No culto de Amon o cargo mais importante ocupado por mulheres era o de "Adoradora Divina". As mulheres que ocuparam este cargo foram filhas ou irmãs do faraó governante.

sábado, 14 de abril de 2012

ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DOS CULTOS AFRO-BRASILEIROS

África

Ogún 
ORIXÁ CULTUADO
ORIGINALMENTE
EM 
Ekiti e Ondo,
NA ÁFRICA
Na África cada orixá estava ligado a uma cidade ou a uma nação inteira; tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais.

Sàngó em Oyo, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e Ondo, Òsun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Osàálà-Obàtálá em Ifé, Osàlúfon em Ifon e Òságiyan em Ejigbo.

A realização das cerimônias de adoração ao Òrìsá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade

Brasil

No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados pelo tipo de iniciação sacerdotal.

O culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe.

O culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe.

O Candomblé Ketu inicia Iaôs, entram em transe com Orixá.

O Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun.

O Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.

PANTEON DOS ORIXÁS
AFRICANOS



As palavras Orixá, Vodun e Nkisi exprimem basicamente o mesmo conceito e se referem as entidaes cultuadas, comumente chamadas "santos", sendo que ada desgninação pertence a um determinado tipo de culto. Das três, orixá é a denominação mais comum e generalizada, enquanto em algumas casas as outras palavras passaram a designar, as vezes, conceitos dferentes.

Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás.

Havendo na casa espaço físico para tanto, é costume que cada Orixá tenha sua casa, na verdade, um quarto separado onde ficam os objetos pertinentes ao culto de cada orixá.


QUARTO DE ORIXÁ
Contudo, é cada vez mais comum o uso de apenas um quarto onde se cultuam juntos todos os orixás, com exceção de alguns poucos que devem ter suas casas obrigatoriamente separadas.

Esse quarto geralmente recebe a designação de roncó ou roncol.

Também deve se ter um quarto destinado à iniciação dos fiéis, que geralmente recebe a denominação de sabagí na maioria das casas, mas em alguns cultos é chamado de camarinha, pois nesses casos diz-se que quando alguém está passando pela iniciação, ele está fazendo a camarinha, e por extensão esse termo passou a denominar também o quarto onde isso acontece.
 A RASPAGEM DE CABEÇA É UM DOS ATOS DE
INICIAÇÃO QUE OCORREM NA MAIORIA DAS
CASAS DE CULTOS AFRO-BRASILEIRTOS




Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela comunidade, mas não dão incorporação, como por exemplo, Odudua, Oranian, Olokun, Iyami-Ajé.

Os responsáveis pela iniciação dos Iaôs e pelo culto de todo e qualquer orixá assentado no templo são a Iyalorixá, se for mulher, ou o Babalorixá, se for homem, popularmente conhecidos como Pai e Mãe de santo. Esses são os que têm a função sacerdotal dentro do culto, são as maiores autoridades dentro de uma casa, também chamados de zeladores de santo, pois cabe a eles a obrigação de zelar pelo santo e pelos iniciados.

Santo é a designação popular das entidades cultuadas, por assimilação as tradições católicas que exerceram grande influência, aqui no Brasil, nos cultos de origem africana, já que o escravo em geral era proibido de praticar sua religião, em parte por que os seus senhores temiam esse culto, julgando-o como prática de feitiçaria, em parte na tentativa de canonizar o escravo e convertê-lo, a força, à fé cristã.

Repetia-se assim, em terras brasileiras, num passado ainda nem tão distante, o mesmo fenômeno de séculos atrás quando na Europa o cristianismo procurava suprimir, às vezes pelo uso da força e da violência, as antigas religiões hoje tidas com religiões pagãs, segundo a perspectiva do cristianismo.

Mas assim como em muitas partes do mundo muitas dessas antigas mitologias conseguiram sobreviver, também o culto africano não pode ser contido e persiste até os dias de hoje, embora tenha sofrido mudanças com a influência e a imposição cristãs.

EGUNGUN MANISFESTADO.
OS SEGUIDORES DESSE CULTO AFIRMAM QUE NÃO
HÁ MÉDIUNS ENCORPORADOS SOB ESSAS ROUPAS,
MAS QUE SÃO OS PRÓPRIOS EGUNS QUE ENTRAM
NELAS E AS FAZEM SE MOVIMENTAR.
Os "zeladores de santo", contudo, não são as únicas autoridades nas hierarquias dentro das casas de culto, há outros cargos e funções. A essas pessoas são dadas diferentes funções e a eles cabem auxiliar os pais e mães de santo em suas funções. Alguns desses cargos e funções possuem maior autoridade do que outros, alguns se equivalem em peso, autoridade e importância.

Há muitas diferenças de uma casa para outra, dependendo do tipo de culto que a casa pratica, nesses cargos, mas os mais comuns são:
Babaojé: Responsável pelo culto aos eguns. Tradicionalmente essa função é dada somente a homens, pois diz a tradição que os eguns não aceitam ser tratados por mulheres. Algumas casas, porém, já admitem que mulheres tenham essa função, desde que a exerçam "disfarçadas" de homem, ou seja, com roupas masculinas, para enganar os eguns.
No culto origial aos eguns, o Babaojé é o sacerdote supremo, não dá incorporação.
Nesses cultos, muito raros de se achar, os eguns não incorporam, mas se materializam, "preenchem" as roupas , vêm para o salão e se apresentam nos dias de festa, ou seja, não há médiuns enccorporados dentro das roupas, mas os próprios eguns. Esse culto é exercido exclusivmente por homens e as mulheresetem um papel muito limitado denro deles, nunca participando diretamete dos rituais internos.

Babalosaim: Responsável por colher e preparar as ervas e folhas.

Babakerê [para homem] e Yakerê [se for mulher]: Em algumas casas é o segundo em comando depois dos babalorixás e Yalorixas. São comumente chamados de Pai e Mãe-pequenos. Em outras casas essa função é dividida entre vários de seus membros, sendo que cada um fica responsável por zelar de um determinado número de iniciados, participando de tudo que diga respeito à iniciação de seus "protegidos", auxiliando o babalorixá. Nesse caso os Pai/Mãe-pequenos não tem autoridade sobre todos os filhos da casa, mas somente sobre aqueles que auxiliaram na iniciação. Em algumas casas quem exerce essa função junto aos iniciados recebem outra nomenclatura, são os padrinhos e madrinhas de santo, que tanto pode ser um membro mais antigo da casa, como uma figura ilustre convidada exclusivamente para esta função.

Ogãs: Comumente são chamados ogãs os que tocam os atabaques durante os cultos, mas na verdade ogã é uma designação comum a todos os iniciados homens que não tem o dom da incorporação. A eles são dadas diferentes funções, com diferentes designações, que variam muito de uma casa para outra. Os mais comuns, que geralmente encontram-se em todas as casas, são os alabês, cuja função especificamente é tocar para os santos, e os ashoguns, responsáveis pelos sacrifícios aos santos.
YABASSÉ

Ekédis: Essa função é destinada as mulheres que não incorporam. Gozam de grande privilégio dentro dos cultos, são auxiliares diretas dos zeladores e ajudam nas iniciações, na direção dos cultos nos dias de função, etc. Cada ekédy é consagrada a um determinado orixá, ao qual ela se torna responsável por cuidar e zelar.

Yabassé: Responsável por tudo que diga respeito à cozinha da casa, elas cozinham para todos da casa, para as festas, para os iniciados que estão recolhidos e para os orixás, as comidas rituais que são dadas como oferendas, enfim, tudo o que diga respeito à culinária dentro das casas de culto.

EXU, CUJA RESPONSABILIDADE POR
ZELAR PERTENCE AO DAGÃ
Alguns as consideram como um tipo ou qualidade de ekédy, outras casas aceitam que médiuns incorporativas exerçam essa função, mas é comum dar-se essa função as que não incorporam. Devido à natureza de sua função é um cargo destinado exclusivamente as mulheres.

Dagã - Responsável por cuidar e zelar de exu, desde a limpeza de sua casa até o culto propriamente dito. Tradicionalmente, mas não obrigatoriamente, essa função é dada aos filhos mais antigos da casa. Pode ser exercido por médiuns incorporativos ou não, de ambos os sexos.

Sidagã - Auxilia o dagã em suas funções e o substitui em caso de necessidade.

Babalawo - Responsável pelo culto a Ifá. Conhecem os segredos dos oráculos e "lêem os búzios". Tradicionalmente essa função era dada aos homens e somente as mulheres de Oxum poderiam ser iniciadas nessa função.
Atualmente, todos os zeladores, homens ou mulheres, dominam o jogo de búzios, mas os que são destinados exclusivamente a essa função geralmente não incorporam e sua comunicação com os orixás se dá através dos búzios. É cada vez mais raro encontrar-se esse tipo de sacerdote, pois o culto de ifá exige uma iniciação muito severa e demorada. Os zeladores comuns que deitam os búzios não os dominam completamente, mas somente seus fundamentos básicos, o suficiente para se comunicarem com as entidades, somente os babalawôs dominam toda a ciência por completo, mas é cada vez mais difícil encontrar quem esteja disposto a se submeter a esse tipo de iniciação, ou quem esteja capacitado para preparar novos iniciados.

Jibonã OU AGIBONÃ- Tem a função de tomar conta do iniciado quando ele está recolhido; É o jibonã que se responsabiliza pela alimentação do iniciado, lhe ensina e acompanha nas rezas rituais, lava sua roupa, dá-lhe os banhos rituais, cuida para que tenha sempre água fresca e fica sempre a sua disposição para atender-lhe em todas as suas necessidades.

Esses cargos e funções diferem muito de um tipo de culto para outro, alguns são exclusivos de uma determinada nação e não de outra, de forma que é possível apenas estabelecer um lugar comum entre todos eles, mas descrição nenhuma corresponderá à plena totalidade da realidade de todas as casas.

Os membros da casa, comumente conhecidos com filhos de santo, são chamados yawôs, quando já passaram pelo ritual de iniciação, e abiãs, quando ainda não tomaram suas obrigações. Salvo alguns cargos que são inatos, ou seja, a pessoa já nasce com essa função pré-determinada, como no caso de ogans e ekédys, as outras funções são determinadas pelo babalorixá segundo sua observação a respeito das potencialidades de seus yawôs ou tempo de iniciação, cabendo os cargos mais elevados aos mais antigos.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

JESUS

Jesus é a figura central do cristianismo.

Para a maioria dos cristãos Jesus é Cristo, a encarnação de Deus e o "Filho de Deus", que teria sido enviado ao mundo para salvar a humanidade.

Acreditam que foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos (Mas muitos estudiosos acreditam que depois de morto, Jesus foi ao paraíso) e ressuscitou no terceiro dia, na Páscoa.

Para os adeptos do islamismo, Jesus é conhecido no idioma árabe como Isa (عيسى, transliteração de Īsā), Ibn Maryam ("Jesus, filho de Maria").

Os muçulmanos tratam-no como um grande profeta e aguardam seu retorno antes do Juízo Final.

Alguns segmentos do judaísmo o consideram um profeta, outros um apóstata.

Os quatro evangelhos canônicos são a principal fonte de informação sobre Jesus.

Embora tenha pregado apenas em regiões próximas de onde nasceu, a província romena da Judeia, sua influência difundiu-se enormemente ao longo dos séculos após a sua morte, ajudando a delinear o rumo da civilização ocidental.

O Didaquê (em grego clássico: Διδαχń) é um texto do século I, baseado nas tradições das primeiras comunidades cristãs e escrito por vários autores. Apesar de pequeno, é de grande valor histórico e teológico.

Foi descoberto em 1873 num mosteiro de Constantinopla.

O papiro P52, escrito em grego e paleograficamente datados como tendo sido escrito por volta do ano 125 D.C., é geralmente reconhecido como o mais antigo documento sobre Jesus.

Contém um fragmento de João 18:31-33 no recto (frente) e João 18:37-38 no verso.

A principal fonte sobre Jesus são os quatro evangelhos canônicos, a que se somam outras fontes cristãs, como os evangelhos apócrifos, e um número escasso de fontes não cristãs.

Estas fontes providenciam poucas informações sobre o Jesus histórico.

Três dos evangelhos canônicos (Mateus, Marcos e Lucas) são conhecidos como sinópticos devido às suas semelhanças.

Embora Mateus apareça em primeiro lugar no Novo testamento, acredita-se atualmente que Marcos foi o primeiro a ser escrito.

Enquanto que Mateus dirige-se a uma audiência judaica, e Lucas aos gentios, ambos parecem ter usado Marcos como fonte, possivelmente numa versão inicial.

João, por seu lado, "é uma produção independente, apresentando os dizeres de Jesus Cristo na forma de discursos que difere do que contam os outros três".

De acordo com alguns historiadores, estes textos foram escritos entre setenta a cem anos após a morte de Cristo.

Eles recontam em pormenores a vida pública de Jesus, ou seja, o período de pregações nos últimos anos da sua vida.

No entanto, há limitadas informações sobre sua vida privada.

Representam os principais documentos em que convergem os trabalhos hermenêuticos dos historiadores.

Os evangelhos são a parte inicial do Novo Testamento, que narram os fatos ocorridos após o nascimento de Jesus, enquanto o Velho Testamento, primeira parte da Bíblia, narra os fatos ocorridos antes do nascimento de Jesus. Juntos eles formam as escrituras sagradas da religião cristã.

Mas a bíblia não é exatamente idêntica em todo o mundo, e nem em todos os segmentos das religiões cristãs.

O Velho Testamento da Bíblia católica possui 46 livros ou narrativas, enquanto a Bíblia Protestante extraiu sete desses livros e é formada por apenas 39 narrativas. O Novo Testamento possui 27 livros.

Contudo, a Bíblia das igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas orientais possuem dois livros a mais e alguns capítulos a mais em Salmos. Já as igrejas de tradição siríaca possuem cinco livros a mais.

No mínimo essas divergências dentro do próprio cristianismo deixa bem claro que não existe uma verdade única, o que abre um leque para muitas discussões.

Na atualidade há diversas escolas com diferentes pontos de vista sobre a confiabilidade dos evangelhos e a historicidade de Jesus.

Os evangelhos que fazem parte do Novo Testamento são aqueles que foram aceitos pela igreja e passaram então a fazer parte da bíblia, mas não são os únicos, existiram muitos outros escritos relatando a vida de Jesus, datando quase todos mais ou menos do mesmo período, e há indícios de que os evangelhos da bíblia foram escritos muitas vezes baseados nesses outros escritos. Entre esses evangelhos não incluídos na bíblia, alguns dos mais conhecidos são o Evangelho de Felipe, o Evangelho de Tomé e o Evangelho de Nicodemos, e não foram incorporados à Bíblia porque nem sempre retratam Jesus da forma como a igreja da época pretendia.

A tradição cristã e as narrativas sobre Jesus lhe atribuem diversos títulos, como Cristo, Messias, Senhor, Filho do Homem, Filho de Deus, Rabi (ou Mestre), Profeta, Sacerdote, Nazareno, Verbo, Filho de José, Emanuel, Cordeiro, Cordeiro de Deus, Luz do Mundo, pastor, Bom Pastor, Pão da Vida, pão vivente, pão de Deus, porta, Caminho e Verdade.

A figura de Jesus não está presente somente nas tradições cristãs, mas também no islamismo e no judaísmo, ambos mais antigos que o cristianismo, mas cada uma dessas religiões tem uma concepção diferente a seu respeito.

O nome Jesus vem do hebraico ישוע (Yeshua), que significa "Javé/Jeová salva".
Foi também descrito por seus seguidores como Messias, do hebraico משיח (mashíach, que significa ungido e, por extensão, escolhido), cuja tradução para o grego, Χριστός (Christós), é a origem da forma portuguesa Cristo.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ANTIGOS MITOS INDÍGENAS

ASSIM COMO A ETNIA DO POVO BRASILEIRO É O RESULTADO DA MISTURA DE VÁRIAS POVOS, TAMBÉM A MITOLOGIA BRASILEIRA É RESULTADO DA UNIÃO DE ELEMENTOS DE CADA UM DESSES POVOS, PRINCIPALMENTE O EUROPEU [PREDOMINANTEMENTE O PORTUGUÊS, MAS TAMBÉM OUTROS QUE POSTERIORMENTE MIGRARAM PARA CÁ, COM OS ALEMÃES E ITALIANOS], O AFRICANO [QUE PROVAVELMENTE FOI O QUE DEIXOU TRAÇOS MAIS MARCANTES NÃO SÓ NA ETNIA COMO TAMBÉM NA CULTUA] E O ÍNDIGENA.

TODOS INFLUENCIARAM EM CERTO GRAU PARA A FORMAÇÃO DO POVO, DA CULTURA E DA RELIGIOSIDADE BRASILERA, MAS DOS TRÊS, COM CERTEZA É A INDÍGENA QUE PODERIA SER CONSIDERADA A MAIS GENUINAMENTE BRASILEIRA, EMBORA UM POUCO MENOS DIFUNDIDA QUE AS OUTRAS, POIS ERA O POVO QUE ORIGINALMENTE JÁ HABITAVA A TERRA, ANTES QUE O EUROPEU CHEGASSE E TROUXESSE DEPOIS O AFRICANO COMO MÃO DE OBRA ESCRAVA, NÃO SEM ANTES TENTAR INUTILMENTE ESCRAVIZAR O POVO NATIVO QUE ENCONTRARAM AQUI.

POUCOS DESSES MITOS ORIGINAIS DA TERRA BRASILIS AINDA SÃO CONHECIDOS ATUALMENTE, MESMO ASSIM SÃO VISTOS NÃO COMO MITOLÓGICO E SIM MERAMENTE COMO FOLCLORE.


MAS APESAR DE IGNORADA NAS ESCOLAS E NA MÍDIA, A MITOLOGIA INDIGENA BRASILEIRA É MUITO VASTA E REPLETA DE MARAVILHAS, CRIATURAS FANTÁSTICAS, LENDAS E MITOS, MESMO ASSIM A RELIGIOSIDADE INDÍGENA NÃOPODE SER CLASSIFICADA COMO POLITEÍSTA, POIS ESSES MITOS NÃO ERAM VISTOS COMO DEUSES, MAS SIM COMO FORÇAS DA NATUREZA.

ELES NÃO REZAVAM PARA ESSAS ENTIDADES, MAS SE NECESSÁRIO AS INVOCAVAM, POR VEZES, OUTRAS VEZES TEMIAM, MAS FOSSEM DE NATUREZA BOA OU RUIM, TODOS ESSES MITOS ERAM VISTOS COMO FORÇAS TEMÍVEIS A SEREM RESPEITADAS, E ALGUMAS DELAS A SEREM ENFRENTADAS E SUPERADAS.

ACREDITAVAM TAMBÉM QUE ALGUNS PODERIAM VIR A SER AGRACIADOS POR ESSAS ENTIDADES, RECEBENDO SEUS PODERES, NUMA  ESPÉCIE DE SIMBIOSE ENTRE
SERES MORTAIS E IMORTAIS, E NESSE CASO , O MORTAL FAVORECIDO SE TORNAVA UMA ESPÉCIE DE PALADINO DAQUELA DIVINDIDADE EM PARTICULAR.

POR HORA, VOU EVITAR PRENDER-ME OU CITAR OS MITOS MAIS CONHECIDOS E ÓBVIOS, RESERVANDO-OS COMO TEMAS DE FUTUROS E  PREFERINDO AGORA OCUPAR-ME JUSTAMENTE DOS MENOS CONHECIDOS, AQUELES QUE PRATICAMENTE CAÍRAM NO ESQUECIMENTO.

EIS AQUI ALGUNS DELES:

Amanda:
Amanda significa
chuva em tupi.
Obviamente,
habita nas
tempestades,
e sua forma
humana é
de uma
Índia imponente
e caprichosa.
É representada
por desenhos
simples de chuvas.
Suas área de
atuação está
totalmente ligada
ao clima.

Araci:
deusa do amor, da noite,
das artes e do prazer,
mãe de Rudá,
espírito ligado a paixão.
É representada como a lua,
ou como uma
índia lindíssima
de cabelos brilhosos
e olhos prateados.
Suas áreas de atuação
são sombras,
cura, amor, musica e paixão.

Guaraná:
linda índia que apaixonou-se por Rudá,
o espírito do amor carnal e da paixão.
Por não poder viver seu amor, ela chorou
copiosamente, gerando a planta que gera
o fruto que leva seu nome.
Manifesta-se como uma linda índia de belos
olhos de cores exóticas, mas de feições tristes.
Onde há um fruto de guaraná, este espírito (e sua
manifestação) poderá ver e ouvir o que acontece.
Matar Guaraná cega o louco que o fizer.
A única maneira de faze-la desistir é
compor-lhe uma canção ou poema de
esperança pelo amor perdido.
Ela atua nas áreas da adivinhação,
herbalismo e plantas.

Iguaçú:
este é espírito dos rios e
águas no estado mais puro.
Manifesta-se em um rio
límpido e cheio de vida.
Sua outra manifestação é de
um corpo aquoso de 10 metros:
ele pode entrar em qualquer fenda,
desmanchar-se sobre inimigos
ou causar asfixia a até dez
pessoas presas dentro dele.
Apenas o fogo pode destruí-lo,
ou outras maneiras inteligentes.

Japeusá:
o terceiro filho de Rupave e Sipave, que
tornou-se o primeiro e maior dos mentirosos
e trapaceiros. Desgostoso, cometeu suicídio em
um rio próximo a um mangue,
mas não foi aceito no Rio
Negro (Mundo dos Mortos),
retornando na forma de um
caranguejo gigante.
Ele pode assumir a forma humana
para usar de mentiras e falsidade,
mas é medíocre e mesquinho no fim das contas.
É caracterizado pelo caranguejo.
Suas áreas de atuação são: mal, engano e confusão.


Pitajovái:
espírito da guerra.
Apresenta-se como
um índio poderoso,  
portando arco,
flechas, tacape,
lança, de pele
totalmente pintada
para a guerra e cujas
pontas dos cabelos
estão sujas de sangue
inimigo.
Suas áreas de atuação
são a guerra e
os animais.

Pombero:
espírito das travessuras.
Apresenta-se como um
pequeno índio de pele
verde.
Suas áreas de
atuação são o engano,
ilusão
e confusão.

Mbai-aib:
espírito maligno do desespero, calamidades e noticias ruins. Habita em situações de dor e desespero, ou em áreas específicas onde este tipo de coisa pode ser terrivelmente sentida. Quando manifesta-se na terra, o faz como uma revoada de pássaros de mau agouro (como urubus) que abrangem. Na sua presença, homens podem ter dores intensas, contrair uma doença ou sofrer terríveis pesadelos. A única maneira de evitar estes efeitos é destruir os pássaros o que vai irar o Mbai-ab, mas livrará aos personagens, ou realizar um ritual de exorcismo.


TUPÃ
Nhanderuvuçu:
é o DEUS PRIMORDIAL dos indígenas, o deus supremo, o Sol, senhor da criação, tendo originado o homem através de estatuas de argila, dentro das quais soprou o fôlego da vida. Ele não tem forma definida, mas apresenta-se como um pai bondoso, e os bons e honrados morarão com ele no céu, tornado-se estrelas. Seu mensageiro e representante entre os homens é Tupã, que manifesta-se como um homem cujo corpo é feito de trovão, cuja velocidade não pode ser medida e cuja autoridade lhe permite mergulhar até mesmo no Rio Negro.
Nhanderuvuçu é caracterizado por uma flauta em pé, e suas áreas de atuação são: criação, sol, bondade e justiça.

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Tau:
deus das sombras, do mal, das doenças e da morte. É o pai de sete monstros legendários, cuja mãe é Kerana, uma linda índia capturada por este maldito espírito. É personificado como um forte homem de sombra (todavia tridimensional) de cabelos longos arrepiados e olhos brancos assustadores. Suas áreas de atuação são: doença, mal, sombras e morte. Ele habita no Rio Negro, o Mundo dos Mortos da mitologia indígena: um imenso rio mal assombrando, onde sempre é noite e o fedor de carne podre atormenta os mortos que acordam, sendo este o motivo pelo qual dormem eternamente dentro do leito do rio.


quarta-feira, 21 de março de 2012

MITOLOGIA PERSA


A principal coletânea da mitologia persa é o
Shahnameh de Ferdowsi, escrito mil anos atrás.
A mitologia persa é a reunião de crenças e práticas do povo que habitava o Planalto do Irã e suas imediações, como áreas da Ásia Central do Mar Negro ao Hotan (a moderna Hetian, na China) e tinha origens linguísticas e culturais comuns. Sua essência é a da existência de dois princípios básicos em guerra entre si. Suas fontes estão no Zoroatrismo e no Masdeísmo.
Estátua de Ferdowsi,
autor do Shanameh,
principal fonte  de pesquisa
sobre a mitologia persa.
A principal coletânea da mitologia persa é o Shahnameh de Ferdowsi. Este livro foi escrito há mil anos atrás somente, mas remontam a pesquisas e estudos históricos e arquelógicos de lndas  mitos que datam de pelo menos cinco mil anos, ou seja, pelo menos de 3000 AC, e tem por base as histórias e personagens do Zoroastrismo e do Masdeísmo, não apenas o Avesta, mas também o Bundahishn e o Denkard.

A mitologia persa é ao mesmo tempo muito próxima e diferente da mitologia hindu. Elas são próximas, porque os iranianos são um povo indo-europeu cuja língua tem grande semelhança com o sânscrito e foram um povo que estabeleceu constantes relações com os arianos da Índia. E são diferentes, pois a religião dos antigos persas adquiriu um aspecto mais moral que mitológico. Mas os persas costumavam matar peixes para viver.
Ahura Mazda
[antigo alto relevo]
Os personagens da mitologia persa podem, em sua maioria, ser classificados em dois tipos: os bons e os maus. Isso espelha o antigo conflito baseado no conceito do zoroastrismo da dupla origem em Ahura Mazda (em avéstico, ou Ormuzd em persa tardio). Spenta Mainyu é a fonte da luz, da fertilidade e das energias construtivas, enquanto Angra Mainyu (ou Ahriman em persa) é a fonte da escuridão, da destruição, da esterilidade e da morte.

Ormuzd é o mestre e criador do mundo. Ele é soberano, onisciente, deus da ordem. O Sol é seu olho, o céu suas vestes bordadas de estrelas. Atar, o relâmpago, é seu cílio. Apô, as águas, são suas esposas. Ahura Mazda é o criador de outras sete divindades supremas, os Amesha Spenta, que reinam, cada um, sobre uma parte da criação e que parecem ser desdobramentos de Ahura Mazda.
Representação mais comum e conhecida de
Ahura Mazda,
também conhecido como Ormuzd 

Sob Ahura Mazda e os seis Amesha Spenta a mitologia persa coloca, como divindades benéficas: "Mitra", o mestre do espaço livre; Tistrya, o deus das trovoadas; Verethraghna, o deus da vitória; ela admitia, além disso, um grande número de deuses do mesmo elemento, os Izeds.
Angra Mainyu

Angra Mainyu
Assim como Ahura Mazda estava cercado por seis Amesha Spenta e de outras divindades, Angra Mainyu (Ahriman) — o deus malfazejo que invade a criação para perturbar a ordem e que é concebido como uma serpente — é acompanhado de seis demônios procedentes das trevas cósmicas e de um grande número de outras divindades malignas.

Concepção menos
antiga de
Angra Mainyu,
também chamado
Ahriman
Além disso, Angra Mainyu, epítome do mal no Zoroastrismo, perdeu sua identidade zoroastrista e masdeísta original na posterior literatura persa sendo finalmente descrito como um Dev.

Representações religiosas de Angra Mainyu posteriores a conquista islâmica mostram-no como um gigante com o corpo manchado e dois chifres.

Devs, ou Devis, estão entre os mais antigos
mitos da Mitologia Persa. Eram inicialmente
entidades celestiais, e havia, diversas dessas
entidades. Mais tarde passaram a ser
associadas com demônios.
Os Devs (avéstico, persa: div), significando celestial ou radiante são muito comuns na mitologia persa. Estes seres eram adorados no Zoroastrismo anterior à difusão do Masdeísmo na Pérsia e, como nas religiões védicas, os adeptos do zoroastrismo consideravam os devs seres sagrados. Somente após a reforma religiosa de Zaratustra o termo dev foi associado com demônios. Mesmo assim os Persas que habitavam a região ao sul do Mar Cáspio continuaram a adorar os devs e resistiram à pressão para aceitar o Zoroastrismo e as lendas em torno dos devs sobreviveram até os dias atuais. Por exemplo, a lenda do Dev-e Sepid (Dev branco) de Mazandaran.