África
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Ogún
ORIXÁ CULTUADO
ORIGINALMENTE
EM
Ekiti e Ondo,
NA ÁFRICA |
Na África cada orixá estava ligado a uma cidade ou a uma nação inteira;
tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais.
Sàngó em Oyo, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e
Ondo, Òsun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa,
Otin em Inisa, Osàálà-Obàtálá em Ifé, Osàlúfon em Ifon e Òságiyan em Ejigbo.
A realização das cerimônias de adoração ao Òrìsá é assegurada pelos
sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade
Brasil
No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e
Nkisi, são separados pelo tipo de iniciação sacerdotal.
O culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe.
O culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe.
O Candomblé Ketu inicia Iaôs, entram em transe com Orixá.
O Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun.
O Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.
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PANTEON DOS ORIXÁS
AFRICANOS |
As palavras Orixá, Vodun e Nkisi exprimem basicamente o mesmo conceito e se referem as entidaes cultuadas, comumente chamadas "santos", sendo que ada desgninação pertence a um determinado tipo de culto. Das três, orixá é a denominação mais comum e generalizada, enquanto em algumas casas as outras palavras passaram a designar, as vezes, conceitos dferentes.
Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás.
Havendo na casa espaço físico para tanto, é costume que cada Orixá tenha sua
casa, na verdade, um quarto separado onde ficam os objetos pertinentes ao culto
de cada orixá.
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QUARTO DE ORIXÁ |
Contudo, é cada vez mais comum o uso de apenas um quarto onde se cultuam
juntos todos os orixás, com exceção de alguns poucos que devem ter suas casas
obrigatoriamente separadas.
Esse quarto geralmente recebe a designação de roncó ou roncol.
Também deve se ter um quarto destinado à iniciação dos fiéis, que geralmente
recebe a denominação de sabagí na maioria das casas, mas em alguns cultos é
chamado de camarinha, pois nesses casos diz-se que quando alguém está passando
pela iniciação, ele está fazendo a camarinha, e por extensão esse termo passou
a denominar também o quarto onde isso acontece.
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A RASPAGEM DE CABEÇA É UM DOS ATOS DE
INICIAÇÃO QUE OCORREM NA MAIORIA DAS
CASAS DE CULTOS AFRO-BRASILEIRTOS |
Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela
comunidade, mas não dão incorporação, como por exemplo, Odudua, Oranian,
Olokun, Iyami-Ajé.
Os responsáveis pela iniciação dos Iaôs e pelo culto de todo e qualquer
orixá assentado no templo são a Iyalorixá, se for mulher, ou o Babalorixá, se for
homem, popularmente conhecidos como Pai e Mãe de santo. Esses são os que têm a
função sacerdotal dentro do culto, são as maiores autoridades dentro de uma
casa, também chamados de zeladores de santo, pois cabe a eles a obrigação de
zelar pelo santo e pelos iniciados.
Santo é a designação popular das entidades cultuadas, por assimilação as
tradições católicas que exerceram grande influência, aqui no Brasil, nos cultos
de origem africana, já que o escravo em geral era proibido de praticar sua religião,
em parte por que os seus senhores temiam esse culto, julgando-o como prática de
feitiçaria, em parte na tentativa de canonizar o escravo e convertê-lo, a
força, à fé cristã.

Repetia-se assim, em terras brasileiras, num passado ainda nem tão distante,
o mesmo fenômeno de séculos atrás quando na Europa o cristianismo procurava
suprimir, às vezes pelo uso da força e da violência, as antigas religiões hoje tidas com religiões
pagãs, segundo a perspectiva do cristianismo.
Mas assim como em muitas partes do mundo muitas dessas antigas mitologias
conseguiram sobreviver, também o culto africano não pode ser contido e persiste
até os dias de hoje, embora tenha sofrido mudanças com a influência e a imposição
cristãs.
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EGUNGUN MANISFESTADO.
OS SEGUIDORES DESSE CULTO AFIRMAM QUE NÃO
HÁ MÉDIUNS ENCORPORADOS SOB ESSAS ROUPAS,
MAS QUE SÃO OS PRÓPRIOS EGUNS QUE ENTRAM
NELAS E AS FAZEM SE MOVIMENTAR. |
Os "zeladores de santo", contudo, não são as únicas autoridades
nas hierarquias dentro das casas de culto, há outros cargos e funções. A essas
pessoas são dadas diferentes funções e a eles cabem auxiliar os pais e mães de
santo em suas funções. Alguns desses cargos e funções possuem maior autoridade
do que outros, alguns se equivalem em peso, autoridade e importância.
Há muitas diferenças de uma casa para outra, dependendo do tipo de culto que
a casa pratica, nesses cargos, mas os mais comuns são:
Babaojé: Responsável pelo culto aos eguns. Tradicionalmente essa função é
dada somente a homens, pois diz a tradição que os eguns não aceitam ser tratados
por mulheres. Algumas casas, porém, já admitem que mulheres tenham essa função,
desde que a exerçam "disfarçadas" de homem, ou seja, com roupas
masculinas, para enganar os eguns.
No culto origial aos eguns, o Babaojé é o sacerdote supremo, não dá incorporação.

Nesses cultos, muito raros de se achar, os eguns não incorporam, mas se materializam, "preenchem" as roupas , vêm para o salão e se apresentam nos dias de festa, ou seja, não há médiuns enccorporados dentro das roupas, mas os próprios eguns. Esse culto é exercido exclusivmente por homens e as mulheresetem um papel muito limitado denro deles, nunca participando diretamete dos rituais internos.
Babalosaim: Responsável por colher e preparar as ervas e folhas.
Babakerê [para homem] e
Yakerê [se for mulher]: Em algumas casas é o segundo
em comando depois dos babalorixás e Yalorixas. São comumente chamados de Pai e
Mãe-pequenos. Em outras casas essa função é dividida entre vários de seus
membros, sendo que cada um fica responsável por zelar de um determinado número
de iniciados, participando de tudo que diga respeito à iniciação de seus
"protegidos", auxiliando o babalorixá. Nesse caso os Pai/Mãe-pequenos
não tem autoridade sobre todos os filhos da casa, mas somente sobre aqueles que
auxiliaram na iniciação. Em algumas casas quem exerce essa função junto aos
iniciados recebem outra nomenclatura, são os padrinhos e madrinhas de santo,
que tanto pode ser um membro mais antigo da casa, como uma figura ilustre
convidada exclusivamente para esta função.
Ogãs: Comumente são chamados ogãs os que tocam os atabaques durante os
cultos, mas na verdade ogã é uma designação comum a todos os iniciados homens
que não tem o dom da incorporação. A eles são dadas diferentes funções, com
diferentes designações, que variam muito de uma casa para outra. Os mais comuns,
que geralmente encontram-se em todas as casas, são os alabês, cuja função
especificamente é tocar para os santos, e os ashoguns, responsáveis pelos sacrifícios
aos santos.
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YABASSÉ |
Ekédis: Essa função é destinada as mulheres que não incorporam. Gozam de
grande privilégio dentro dos cultos, são auxiliares diretas dos zeladores e
ajudam nas iniciações, na direção dos cultos nos dias de função, etc. Cada
ekédy é consagrada a um determinado orixá, ao qual ela se torna responsável por
cuidar e zelar.
Yabassé: Responsável por tudo que diga respeito à cozinha da casa, elas
cozinham para todos da casa, para as festas, para os iniciados que estão
recolhidos e para os orixás, as comidas rituais que são dadas como oferendas,
enfim, tudo o que diga respeito à culinária dentro das casas de culto.
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EXU, CUJA RESPONSABILIDADE POR
ZELAR PERTENCE AO DAGÃ |
Alguns
as consideram como um tipo ou qualidade de ekédy, outras casas aceitam que
médiuns incorporativas exerçam essa função, mas é comum dar-se essa função as
que não incorporam. Devido à natureza de sua função é um cargo destinado
exclusivamente as mulheres.
Dagã - Responsável por cuidar e zelar de exu, desde a limpeza de sua casa
até o culto propriamente dito. Tradicionalmente, mas não obrigatoriamente, essa
função é dada aos filhos mais antigos da casa. Pode ser exercido por médiuns
incorporativos ou não, de ambos os sexos.
Sidagã - Auxilia o dagã em suas funções e o substitui em caso de
necessidade.
Babalawo - Responsável pelo culto a Ifá. Conhecem os segredos dos oráculos e
"lêem os búzios". Tradicionalmente essa função era dada aos homens e
somente as mulheres de Oxum poderiam ser iniciadas nessa função.

Atualmente,
todos os zeladores, homens ou mulheres, dominam o jogo de búzios, mas os que são
destinados exclusivamente a essa função geralmente não incorporam e sua
comunicação com os orixás se dá através dos búzios. É cada vez mais raro encontrar-se
esse tipo de sacerdote, pois o culto de ifá exige uma iniciação muito severa e
demorada. Os zeladores comuns que deitam os búzios não os dominam completamente, mas somente seus fundamentos básicos, o suficiente para se comunicarem
com as entidades, somente os babalawôs dominam toda a ciência por completo, mas é
cada vez mais difícil encontrar quem esteja disposto a se submeter a esse tipo
de iniciação, ou quem esteja capacitado para preparar novos iniciados.
Jibonã OU
AGIBONÃ- Tem a função de tomar conta do iniciado quando ele está recolhido;
É o jibonã que se responsabiliza pela alimentação do iniciado, lhe ensina e acompanha
nas rezas rituais, lava sua roupa, dá-lhe os banhos rituais, cuida para que
tenha sempre água fresca e fica sempre a sua disposição para atender-lhe em
todas as suas necessidades.
Esses cargos e funções diferem muito de um tipo de culto para outro, alguns
são exclusivos de uma determinada nação e não de outra, de forma que é possível
apenas estabelecer um lugar comum entre todos eles, mas descrição nenhuma corresponderá
à plena totalidade da realidade de todas as casas.
Os membros da casa, comumente conhecidos com filhos de santo, são chamados
yawôs, quando já passaram pelo ritual de iniciação, e abiãs, quando ainda não
tomaram suas obrigações. Salvo alguns cargos que são inatos, ou seja, a pessoa
já nasce com essa função pré-determinada, como no caso de ogans e ekédys, as outras
funções são determinadas pelo babalorixá segundo sua observação a respeito das
potencialidades de seus yawôs ou tempo de iniciação, cabendo os cargos mais
elevados aos mais antigos.